Em meio às discussões sobre a incorporação de um número maior de caças furtivos F-35, a Real Força Aérea Britânica retirou de serviço suas aeronaves Eurofighter configuradas no padrão Tranche 1, mantendo apenas um esquadrão de quatro aeronaves destacadas como força de resposta rápida nas Ilhas Malvinas. Trata-se de um processo iniciado de forma escalonada em 2015, quando o Reino Unido confirmou sua intenção de avançar com a desativação de sua frota de 53 Typhoons dessa variante, cuja retirada foi concluída ontem.

Aprofundando alguns detalhes relevantes sobre o destino dessa frota, o Reino Unido manifestou sua intenção de manter o destacamento dos caças Eurofighter Tranche 1 até o ano de 2027, enquanto duas unidades estariam disponíveis para uma possível venda ao exterior. Além disso, cerca de dez aeronaves seriam utilizadas como fonte de peças de reposição para manter a operação das variantes mais modernas do avião que permanecerão em serviço (Tranche 2 e 3), enquanto 29 unidades serão descartadas (12 delas aguardam esse destino em depósitos da RAF).

Diversas questões surgem a partir desse cenário, sendo as mais notáveis a decisão de não avançar com uma modernização e/ou aquisição desses caças em variantes mais avançadas, nem mesmo considerar uma transferência para a Ucrânia. No primeiro caso, a estratégia do Reino Unido está intimamente ligada à determinação de seguir com a aquisição dos caças F-35 de origem norte-americana, um programa que demanda investimentos significativos e tornaria inviável um financiamento adicional ao Eurofighter. Conforme relatado pelo jornal britânico The Times, citando fontes ministeriais, o caça de quinta geração seria mais valorizado por suas capacidades furtivas: “o Typhoon não é o futuro”, afirmaram, além de descartarem suspeitas sobre a existência de um suposto kill switch instalado na plataforma americana.

A questão está longe de ser irrelevante, considerando que, nos últimos meses, sindicatos britânicos buscaram pressionar por uma nova compra de Eurofighters Tranche 5 para impulsionar a estrutura produtiva local, que emprega cerca de 26.000 trabalhadores na BAE Systems, Rolls Royce, Leonardo e outras empresas associadas ao programa. Por ora, embora em menor escala que o volume mencionado, essas capacidades devem permanecer ativas para viabilizar os contratos de aquisição desses caças por parte da Turquia e da Arábia Saudita.

Por fim, em relação ao segundo ponto, vale lembrar que, apesar das diversas especulações sobre uma possível transferência dessas aeronaves antigas para a Força Aérea da Ucrânia, o esquema descrito acima parece fechar completamente essa possibilidade, para o descontentamento de Kiev. Anteriormente, autoridades britânicas já haviam esclarecido essa realidade em respostas a consultas parlamentares, ao mesmo tempo em que confirmavam a continuidade do apoio aos pilotos ucranianos por meio de treinamentos no idioma inglês e voos básicos em preparação para sua certificação na plataforma F-16.

Imagens utilizadas apenas para fins ilustrativos.

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