O desenvolvimento de novos armamentos ar-ar de longo alcance foi estabelecido como prioridade para as Forças Armadas dos Estados Unidos. A concorrência militar com a República Popular da China, que, em caso de escalada para um conflito, teria como cenário os ambientes insulares da região da Ásia-Pacífico, impõe a necessidade de uma nova geração de mísseis de alcance estendido. Dois programas, conduzidos conjuntamente pela Marinha e pela Força Aérea dos EUA, captaram a atenção de especialistas. Em particular, o míssil ar-ar AIM-174B (baseado no SM-6 empregado em destróieres) e o AIM-260A, destinado a equipar os caças furtivos F-22 Raptor da USAF. Sobre este último, envolto em grande sigilo, surgiram novos detalhes desde o final de fevereiro passado.

Revelado em 2022 por meio de designs conceituais, o AIM-260 é o novo míssil de alcance estendido para equipar os caças F-22 Raptor da Força Aérea dos EUA. Embora não se conheçam muitos detalhes, diversos especialistas destacam que, por suas capacidades e alcance projetado—superiores ao atual AIM-120 AMRAAM—ele é a resposta americana ao míssil PL-17, implantado pela Força Aérea do Exército Popular de Libertação da China (PLAAF). No entanto, desde que seu desenvolvimento foi confirmado, as informações fornecidas em conferências e documentos oficiais têm sido escassas.

Uma das novidades mais recentes veio com a publicação do portfólio de desenvolvimentos conduzidos pelo Comando de Sistemas Aeronavais (NAVAIR) da Marinha dos Estados Unidos, onde tanto o AIM-174B quanto o AIM-260A apareceram no documento oficial.

Entretanto, a maior novidade registrada até o momento foi a confirmação de que, no final de 2024, a Marinha dos Estados Unidos realizou testes com a versão de treinamento do AIM-260A, bem como um ou mais testes de lançamento.

Isso foi revelado em uma publicação de fevereiro passado, onde se confirmou que o 31º Esquadrão de Testes e Avaliações (VX-31) “Dust Devils” da Marinha dos Estados Unidos conduziu diversos testes com versões de treinamento e totalmente armadas do míssil AIM-260A.

Em uma publicação feita no perfil oficial do VX-31 nas redes sociais, e citada pelo portal especializado The War Zone, por ocasião da entrega de prêmios e reconhecimentos anuais, foi informado: “O CDR Christopher Putre, comandante do Esquadrão de Testes e Avaliação Aérea TRINTA E UM (VX-31), entregou ao LCDR Orion Flurett a Medalha de Realização da Marinha e do Corpo de Fuzileiros Navais em 19 de dezembro de 2024, em China Lake, Califórnia”. Acrescentando: “O LCDR Flurett foi reconhecido por seu serviço meritório enquanto atuava como Oficial Responsável pelo destacamento de Testes de Desenvolvimento-9 no VX-31, de julho a agosto de 2024.”

No entanto, o aspecto mais relevante dessa publicação, que posteriormente foi editada, faz referência aos testes com o novo AIM-260A, ao destacar que: “O LCDR Flurett demonstrou liderança e visão extraordinárias ao planejar, gerenciar e coordenar 78 pessoas e duas aeronaves em apoio aos testes de fogo real do míssil AIM-260 Joint Advanced Tactical Missile. Em particular, sua supervisão meticulosa e iniciativa foram fundamentais para obter a aprovação do NAVAIR [Comando de Sistemas Aéreos Navais], VX-31, CTWP e da liderança da Base Aérea de Eglin para o aumento de última hora nos testes da categoria C, permitindo a conclusão bem-sucedida de oito missões de voo, totalizando 26,3 horas de voo sem incidentes, contribuindo diretamente para as futuras capacidades das asas aéreas.”

Até o momento, além dessa importante novidade, não há detalhes sobre qual plataforma pode ter sido utilizada para os testes e avaliações. Atualmente, o VX-31 opera uma ampla frota de aviões de combate para fins experimentais, como os F/A-18F Super Hornet, EA-18G Growler, F/A-18D Hornet e AV-8B+ Harrier. Presumivelmente, o teste pode ter sido realizado com um de seus Super Hornet, espelhando o que foi observado meses atrás com o AIM-174B, equipado em um dos F/A-18 do esquadrão de testes e avaliações VX-9 “Vampires”.

Por fim, o desenvolvimento dos mísseis AIM-174 e AIM-260 está atualmente sob um programa conjunto da Marinha e da Força Aérea dos EUA, focado na experimentação, testes e avaliação de uma nova geração de mísseis de longo alcance. Denominado Joint Advanced Tactical Missile (JATM), o programa foi revelado em 2019 e previa a entrada em serviço desse novo míssil para 2022, algo que, como se pôde observar, ainda não ocorreu.

Fotografia de capa usada apenas para ilustração.

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