Entre os dias 26 e 27 de fevereiro, a Diretoria de Fabricação do Exército Brasileiro realizou uma reunião com a empresa BAE Systems com o objetivo de analisar a possibilidade de produzir localmente, sob licença, o canhão AR Light Gun de 105mm. O encontro ocorreu em Brasília e contou com a presença de representantes da Diretoria de Fabricação, do Estado-Maior do Exército, do Comando Logístico e da empresa BAE Systems.
Durante a reunião, o Diretor de Fabricação ressaltou a importância estratégica do projeto para o Exército Brasileiro, o que foi respaldado pelo Chefe do Escritório de Projetos do EB, que destacou a necessidade de modernizar os sistemas de artilharia de campanha. Nesse contexto, foram realizadas discussões técnicas e operacionais sobre o 105mm Light Gun, abordando aspectos-chave para sua eventual produção em território brasileiro. O AR Light Gun de 105mm é um canhão compacto com alcance máximo de 17 km, capaz de ser rebocado por veículos leves em alta velocidade em terrenos irregulares, além da possibilidade de ser helitransportado devido ao seu tamanho.
Um dos pontos centrais do debate foi a obtenção da licença para a fabricação do canhão, com ênfase no aproveitamento do potencial industrial dos arsenais de guerra nacionais. A BAE Systems apresentou suas perspectivas sobre a nacionalização do sistema, destacando os benefícios estratégicos que isso representaria tanto para a empresa quanto para o Exército Brasileiro.
Como resultado do encontro, foram definidos os próximos passos na negociação para a produção do canhão AR Light Gun de 105mm no Brasil. Além disso, discutiu-se a possibilidade de um acordo bilateral entre os governos do Brasil e do Reino Unido para facilitar futuras colaborações no uso desses sistemas de artilharia em exercícios e manobras conjuntas. Esse projeto se insere nos esforços do Exército Brasileiro para fortalecer sua capacidade de combate por meio da produção nacional de sistemas estratégicos, garantindo a soberania e fomentando o desenvolvimento da Base Industrial de Defesa (BID).
Vale destacar que existem precedentes recentes de cooperação entre o Exército Brasileiro e a BAE Systems. Como parte do programa VBC Fuz (Veículos de Combate de Infantaria) do EB, em 2023, a empresa britânica apresentou um CV90 MK IV para avaliação. Em particular, a versão enviada ao Brasil estava equipada com um canhão Bushmaster II de 30×173mm, uma metralhadora coaxial de 7,62×51mm e lançadores de granadas de fumaça. Essa unidade foi avaliada para um possível substituto dos VCI M113. Esse programa se soma a outras iniciativas de modernização, como a incorporação do VCBR 6×6 Guarani e a seleção do VBC 8×8 Centauro II para reforçar a capacidade blindada do Exército Brasileiro.
Imagens utilizadas para fins ilustrativos.
Você pode estar interessado em: Marinha do Brasil apresenta publicamente o design de seu futuro submarino de propulsão nuclear Álvaro Alberto
