Como parte de seu programa de incorporação de novas capacidades antitanque, o Exército Brasileiro autorizou a assinatura da Carta de Oferta e Aceitação (LOA) para a compra de um lote de mísseis antitanque FGM-148F Javelin por meio do programa de Vendas Militares ao Exterior (FMS) dos Estados Unidos. Esta operação inclui simuladores, ferramentas, equipamentos de apoio, manuais, peças de reposição, treinamentos e outros serviços relacionados que fazem parte do pacote denominado Total Package Approach (TPA).

A aquisição desses mísseis faz parte do Programa Estratégico do Exército Forças Blindadas, incluído no Plano Estratégico do Exército Brasileiro 2024-2027. De acordo com a Ordem C Ex Nº 1.178, de 26 DE FEVEREIRO DE 2025, a assinatura da Carta de Oferta e Aceitação será realizada pelo Chefe da Comissão do Exército Brasileiro em Washington (CEBW), em representação do Exército Brasileiro, e prevê um pagamento antecipado de 329.273 dólares, com os desembolsos programados conforme o cronograma estabelecido na LOA.
Vale destacar que, em 9 de agosto de 2022, o Departamento de Estado dos Estados Unidos havia autorizado a possível venda de mísseis Javelin ao Exército Brasileiro por um valor estimado de até 74 milhões de dólares, notificando o Congresso americano. Nesse contexto, o Governo do Brasil solicitou a compra de até 222 mísseis FGM-148 Javelin e 33 unidades de lançamento, juntamente com treinamento, simuladores e suporte logístico integrado (ILS).
O FGM-148 Javelin é um sistema antitanque portátil composto por um tubo contentor do míssil, uma Unidade de Comando e Lançamento (CLU) reutilizável e uma unidade de resfriamento de bateria (BCU). Inicialmente, o míssil possuía um alcance de cerca de 2.000 metros, mas esse alcance foi ampliado para até 4 quilômetros, podendo ser utilizado contra edifícios e bunkers, além de veículos blindados e leves.
O Javelin oferece dois modos de ataque: o ataque direto, no qual o míssil segue uma trajetória reta do operador até o alvo, sendo normalmente utilizado contra posições inimigas fortificadas ou aeronaves de asa rotativa. Já o modo denominado “Top Attack” foi projetado exclusivamente para atingir alvos blindados, especialmente tanques.
O fornecimento desses sistemas de defesa fortalece as capacidades do Exército Brasileiro, representando um avanço significativo em seu plano de modernização. Atualmente, as Forças Armadas do Brasil possuem uma capacidade antitanque limitada, com os mísseis MAX 1.2 AC, anteriormente conhecidos como MSS-1.2 AC, produzidos pela empresa SIATT, que já estão em serviço na 1ª Companhia Mecanizada Antitanque (1ª Cia AC Mec), unidade criada especialmente para sua utilização. Recentemente, no âmbito da Exposição Internacional de Defesa e Conferência (IDEX) 2025, o Exército Brasileiro, juntamente com a empresa brasileira SIATT, anunciou a assinatura de um contrato para a produção em série desses mísseis.
Imagens utilizadas apenas para fins ilustrativos.





