Dias atrás, a Marinha do Exército de Libertação Popular da China (PLAN) foi destaque após a Austrália alertar sobre a presença de navios chineses próximos às suas águas territoriais. Essas embarcações estavam realizando uma série de exercícios que incluíam práticas de tiro ao largo de sua costa no Mar da Tasmânia. No entanto, também foi relatado que essas manobras não foram previamente anunciadas, resultando no desvio de navios e aeronaves comerciais que circulavam na área operacional. Nesse contexto, as autoridades chinesas divulgaram detalhes sobre algumas das atividades realizadas pelas unidades navais envolvidas nesse deslocamento de longo alcance.

Destacando-se como um desdobramento significativo a milhares de quilômetros de seu território continental, o Grupo de Tarefas da Marinha do Comando do Teatro Sul era composto pelo destróier Tipo 055 Zunyi, a fragata Tipo 054A Hengyang e o navio de reabastecimento Tipo 903 Weishanhu. De acordo com um relatório oficial, os exercícios se estenderam por vários dias e incluíram operações de reabastecimento no mar e treinamentos com munição real. As tripulações realizaram diversas atividades com o objetivo de aumentar seu nível de prontidão operacional em condições marítimas desafiadoras.
Outros detalhes do relatório mencionam que, dentro da avaliação das capacidades de combate e coordenação do Grupo de Tarefas, o Zunyi e o Hengyang detectaram um alvo aéreo desconhecido e simulado, posicionando-se em formação de combate para enfrentar a ameaça. O Zunyi, então, ativou seu sistema de defesa de curto alcance, neutralizando com sucesso o alvo simulado com uma única rajada de tiros. Outro cenário do exercício envolveu a detecção e ataque a um alvo de superfície, que foi neutralizado com disparos do canhão principal do Hengyang.

Além disso, a formação naval chinesa realizou um tipo de treinamento marítimo padrão conhecido como “Killer Tomato“, um exercício comumente praticado por outras marinhas. “Vale esclarecer que o ‘Tomato’, que simula uma ameaça de superfície, não deve ser atingido, pois serve apenas como referência de distância e azimute para os artilheiros”, conforme descrito pela Zona Militar ao observar atividades semelhantes realizadas durante o Exercício Fraterno entre as Marinhas da Argentina e do Brasil.

“Não há dúvida de que não se trata de um evento sem precedentes, mas certamente é algo incomum”, afirmou o ministro da Defesa, Richard Marles, ao canal Sky News, sobre a chegada dos navios chineses a águas a leste da Austrália. “O governo chinês não nos informou por que esse grupo de trabalho foi enviado para nossa região, nem quais são seus planos futuros”, declarou a ministra da Defesa da Nova Zelândia, Judith Collins, em um comunicado separado.

Por fim, especialistas apontam que esse tipo de exercício de longa distância será observado com mais frequência nos próximos anos, à medida que a China busca reforçar sua capacidade de projeção de poder naval e aéreo cada vez mais longe de suas costas, especialmente no Pacífico e em outras partes do mundo. Exemplos disso são os exercícios conjuntos com a Rússia e também com países do continente africano e do Oriente Médio.
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