Por meio da apresentação do Programa Nova Indústria Brasil (NIB) em 12 de fevereiro, o ministro da Defesa do Brasil, José Mucio Monteiro, anunciou as metas para a indústria de defesa do país nos próximos oito anos. Esse programa é uma iniciativa do governo federal destinada a fortalecer a Base Industrial de Defesa (BID) por meio de recursos públicos e privados, aumentando a produção e o domínio de tecnologias essenciais para as Forças Armadas até 2033.

Durante o evento, que foi liderado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, estabeleceu-se que, até 2026, o país deve alcançar o domínio de 55% das tecnologias essenciais para a defesa e soberania, incluindo radares, satélites, foguetes e sistemas autônomos, com uma projeção de 75% para 2033.
Atualmente, a taxa de domínio é de 42%, sendo prevista um investimento de R$ 112,9 bilhões para impulsionar a indústria de defesa, dos quais R$ 79,8 bilhões provêm de fundos públicos e R$ 33,1 bilhões de investimentos privados.
A Base Industrial de Defesa do Brasil possui atualmente uma grande quantidade de projetos em diferentes estágios de desenvolvimento. No que diz respeito às três forças armadas, houve avanços no desenvolvimento de tecnologias de vigilância e controle aeroespacial, como os radares SABER M200 e M60. Esses radares, já em operação e utilizados em diversas missões, permitem detectar ameaças aéreas de baixa altitude e proteger infraestruturas estratégicas.

Na área terrestre, o Exército Brasileiro assinou recentemente, junto à empresa SIATT, na Exposição Internacional de Defesa e Conferência (IDEX) 2025, um contrato para a produção em série do míssil antitanque MAX 1.2 AC. Esse sistema de mísseis guiado a laser, com alcance superior a 2.000 metros, oferece alta precisão e resistência a contramedidas eletrônicas.
A Marinha do Brasil consolidou o desenvolvimento do míssil antinavio MANSUP, tanto em sua versão superfície-superfície quanto na de defesa costeira, lançada a partir de um sistema de artilharia ASTROS. Com um alcance de 70 km e velocidade de 1.000 km/h, esse míssil é comparável a modelos como o Exocet e o Harpoon.
Além disso, a Marinha tem impulsionado o desenvolvimento de Veículos de Superfície Não Tripulados (VSNT), especificamente o VSNT-CMM, projetado para operações de guerra antiminas. No que se refere a embarcações de maior porte, destaca-se a construção das fragatas da classe Tamandaré e os avanços do programa de submarinos PROSUB, fortalecendo a capacidade naval do Brasil.


Na área aeroespacial, a Força Aérea Brasileira continua com a modernização de sua frota de transporte tático, incorporando aeronaves KC-390 Millennium, desenvolvidas pela Embraer. Soma-se a isso o desenvolvimento de sistemas não tripulados, como o drone Nauru 500C, um sistema avançado para missões de segurança e vigilância, com capacidade de voo híbrido de até 4 horas, adaptável a diversas condições operacionais.
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