Em um curioso incidente de fogo amigo envolvendo um drone russo, foi revelada a presença de sistemas antiaéreos norte-coreanos na Rússia. O evento, recentemente publicado nas redes sociais, expôs que a assistência de Pyongyang a Moscou também incluiu sistemas de defesa antiaérea, além de munições, peças de artilharia e soldados.

Foto: KCNA

A partir das sequências e imagens compartilhadas nas redes sociais, é possível observar o que parece ser um sistema de defesa antiaérea norte-coreano, um desenvolvimento que apresenta semelhanças com o modelo Tor russo. Em relação ao incidente, parece que o operador russo do drone desconhecia o desdobramento desse tipo de sistema próximo às suas próprias linhas em Kursk, e o sistema foi erroneamente identificado como equipamento de origem ocidental.

No entanto, uma análise detalhada das sequências e imagens indica que o sistema em questão corresponde a um modelo norte-coreano sem designação oficial conhecida. Embora apresente semelhanças com o sistema Tor russo (como a configuração do lançador), o sistema em questão é montado em uma plataforma com rodas e um caminhão trator 6×6.

Este incidente de fogo amigo revela outro aspecto do apoio que a Coreia do Norte tem oferecido a Moscou. Embora relatórios de inteligência e imagens tenham confirmado a entrega de munições, peças de artilharia e mísseis balísticos pelo regime de Pyongyang, até o momento não havia registros sobre a transferência de sistemas de defesa antiaérea.

Foto: KCNA

Embora possa se tratar de equipamentos desdobrados organicamente para apoiar as forças terrestres norte-coreanas que estão combatendo na frente de Kursk, também pode se tratar de uma cessão destinada a substituir as significativas perdas russas em sistemas de defesa aérea. Relatórios independentes, como os da Oryx, indicam que a Rússia perdeu quase 300 sistemas de mísseis superfície-ar, entre destruídos, danificados, abandonados e capturados.

Há poucos dias, a Marinha Ucraniana conseguiu destruir ou danificar dois sistemas de curto alcance Pantsir S1 e um Osa. Nesse caso, o ataque foi realizado com drones FPV lançados a partir de veículos marítimos não tripulados, marcando um novo marco no desenvolvimento e na aplicação dessa tecnologia em combate. Anteriormente, as forças ucranianas haviam alcançado outras vitórias ao abater helicópteros Mi-8 usando mísseis ar-ar adaptados a drones navais.

A presença desse sistema antiaéreo norte-coreano também demonstra o maior envolvimento de Pyongyang, que ganhou destaque com o desdobramento de pelo menos 12.000 soldados. A presença de forças norte-coreanas na Rússia foi relatada por Kyiv há várias semanas, com combates confirmados e a captura dos primeiros prisioneiros de guerra. Relatórios ucranianos e ocidentais indicaram que o contingente norte-coreano sofreu entre 1.000 e 3.000 baixas desde sua chegada à frente de Kursk, destacando ainda mais o alto nível de desgaste enfrentado pelas forças de Moscou na tentativa de recuperar territórios ocupados há vários meses pelas Forças Armadas da Ucrânia.

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