O primeiro voo do terceiro protótipo do caça-bombardeiro J-36 da Força Aérea da China foi registrado

A empresa chinesa Chengdu demonstrou mais uma vez progresso no desenvolvimento do suposto caça-bombardeiro de sexta geração J-36 para a Força Aérea do Exército de Libertação Popular (PLAAF), após observadores da aviação militar avistarem o que parecia ser um terceiro protótipo da aeronave em voo em 25 de dezembro de 2025, exatamente um ano após a primeira aparição pública do modelo.

De acordo com imagens e vídeos que circulam nas redes sociais, a nova aeronave teria realizado seu voo inaugural de teste sobre as instalações da Chengdu Aircraft Corporation (CAC), acompanhada por um caça J-10C que atuou como aeronave de segurança durante o teste.

Segundo informações de inteligência de fontes abertas (OSINT), este seria o “voo inaugural do terceiro protótipo do J-36”. Se a existência desta terceira aeronave for confirmada, a China passará a ter cinco aeronaves de próxima geração com o design de asa voadora, incluindo os três protótipos do J-36, o Shenyang J-XDS/J-50 e outro modelo ainda não identificado.

Imagens disponíveis sugerem que o Centro Aeroespacial Chinês (CAC) está desenvolvendo múltiplas configurações em paralelo, com variações nas entradas de ar, escapamentos dos motores, trem de pouso e, possivelmente, nos sistemas de aviônica, sensores e software. Essa estratégia visa reduzir o tempo necessário para a produção em massa e entrada em serviço operacional.

Ao contrário do primeiro protótipo, o segundo J-36 — registrado em outubro de 2025 — apresenta mudanças visíveis, como um trem de pouso principal lado a lado, em vez da configuração tandem original, bem como entradas de ar laterais revisadas, possivelmente do tipo Diverterless Supersonic Intake (DSI). No caso do terceiro protótipo, o trem de pouso foi recolhido durante o voo, portanto não foi possível confirmar modificações nesse componente.

Outra característica distintiva é a ausência da sonda de dados de voo no nariz, presente nos dois primeiros protótipos. No entanto, especialistas alertam que essa diferença não permite determinar se a aeronave está mais próxima da configuração final de produção.

Em relação às diferenças entre este terceiro protótipo e o segundo, analistas observam que “não parece haver nenhuma diferença; talvez o tubo de Pitot não esteja mais conectado”. Além disso, enfatizaram que essa informação provém de “fontes confiáveis” com conhecimento direto da atividade em torno das instalações de Chengdu.

Por outro lado, em maio passado, novas imagens ofereceram uma vista frontal do J-36 que confirmou a amplitude de sua cabine e sua grande cobertura, além de destacar o tamanho da fuselagem. Entradas de ar trapezoidais inferiores, semelhantes às do F-22, e uma grande janela eletro-óptica na lateral do nariz também eram visíveis.

Em relação ao sistema de propulsão, imagens capturadas em março e novembro de 2025 revelaram os escapamentos do J-36, que apresentam uma configuração rebaixada semelhante à do YF-23, juntamente com bocais de vetorização de empuxo bidimensional (2D-TVC). Estes podem ter uma dupla função: compensar as limitações aerodinâmicas de um projeto sem superfícies verticais e reduzir a assinatura infravermelha da aeronave.

Os bocais 2D-TVC atuam nos eixos de arfagem e rolamento, mas não no eixo de guinada, sugerindo que sua função principal pode estar relacionada ao gerenciamento térmico, em vez de manobrabilidade extrema. Também foi relatado que a China concluiu testes em solo de um motor de ciclo adaptativo (ACE), comparável aos desenvolvimentos americanos XA102 e XA103, embora não haja confirmação de que este sistema seja destinado ao J-36.

Do ponto de vista operacional, o papel tático do J-36 permanece em análise. Algumas avaliações o classificam como um caça pesado de longo alcance, capaz de empregar mísseis ar-ar como o PL-15 e o PL-17, enquanto outras o consideram uma plataforma de ataque furtivo contra alvos estratégicos, mais próximo de um bombardeiro tático do que de um caça tradicional.

O programa J-36 está sendo desenvolvido em paralelo com o Shenyang J-50, como relatamos em setembro, o outro projeto chinês associado à próxima geração de caças. Enquanto o J-50 apresenta uma configuração bimotora e dimensões menores, o J-36 se distingue por seu tamanho maior, design de asa voadora e sistema trimotor, reforçando a hipótese de funções diferenciadas dentro da Força Aérea do Exército de Libertação Popular.

Embora não haja confirmação oficial sobre a classificação geracional do J-36, especialistas concordam que seu desenvolvimento reflete um ritmo constante de testes e prototipagem pela indústria aeroespacial chinesa, em um contexto de competição tecnológica cada vez mais acirrada no campo da aviação de combate avançada.

*Créditos das imagens aos seus respectivos proprietários / Imagem da capa usada para fins ilustrativos.

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