Após anunciar que suas novas fragatas FF(X) serão baseadas no projeto das lanchas de patrulha da classe Legend da Guarda Costeira dos EUA, a Marinha dos EUA indicou agora a veículos de imprensa especializados que essas novas embarcações não serão equipadas com sistemas de lançamento vertical (VLS), uma suspeita que já havia surgido após a publicação das primeiras imagens conceituais do projeto. Essa nova informação levantou questionamentos sobre seu papel operacional e reais capacidades de combate, especialmente considerando o recente anúncio das novas fragatas da classe Trump que equiparão a instituição.

Analisando alguns detalhes conhecidos da futura plataforma, vale ressaltar que a Marinha dos EUA estaria adotando uma abordagem flexível para suas fragatas, baseada em cargas úteis modulares. Isso poderia se traduzir, por exemplo, na instalação de lançadores de mísseis em contêineres montados no convés do navio. Além disso, conforme detalhado pelo The Warzone, o objetivo é que cada embarcação sirva como navio-mãe para sistemas navais não tripulados com diversas funções nas operações em que forem empregados.
Longe de ser comparável à fracassada classe Constellation, cancelada há menos de uma semana, a versão inicial da FF(X) será caracterizada por um canhão principal de 57 mm, complementado por dois canhões de 30 mm e um lançador de mísseis Rolling Airframe Mk 49. Ademais, como mencionado anteriormente, haverá espaço para incorporar contêineres com diversos tipos de sistemas, dependendo da missão. Além dessas características, os navios também contarão com um convés de voo para acomodar helicópteros navais ou sistemas não tripulados, enquanto um sistema avançado de contramedidas ajudará a garantir sua capacidade de sobrevivência no campo de batalha.

Por outro lado, oficiais da Marinha dos EUA indicaram que os planos atuais visam acelerar os cronogramas de construção para que as primeiras embarcações estejam disponíveis o mais breve possível. Enquanto isso acontece, o projeto continuará sendo desenvolvido para permitir futuras atualizações. No entanto, isso não desconsidera as lições aprendidas com a classe Constellation em relação às mudanças de projeto que afetam o modelo básico já comprovado e totalmente funcional; evitando grandes modificações que geram atrasos, estouros de orçamento e problemas técnicos associados.
Ecoando algumas declarações a esse respeito, um porta-voz do estaleiro HII afirmou: “As alterações no projeto da FF(X) estão nos estágios finais de desenvolvimento e estamos confiantes de que nossa vasta experiência e colaboração com a Marinha dos EUA levarão a um processo de aprovação bem-sucedido. Mudanças específicas e direcionadas serão implementadas para atender aos requisitos exclusivos da missão. O processo será semelhante a uma atualização básica do programa DDG, que foi usado com sucesso para introduzir novas capacidades em diversas ocasiões ao longo da história da classe. O trabalho de projeto está em andamento e entendemos que a intenção da Marinha é minimizar as mudanças para agilizar as aquisições.”

Independentemente disso, o fato de os futuros navios não possuírem sistemas VLS continua sendo um dos pontos mais críticos para aqueles que questionam a abordagem adotada, especialmente considerando que essa é uma característica que as atuais classes Independence e Freedom, em serviço na Marinha dos EUA, foram projetadas para contemplar; uma característica que a classe Constellation de fato incluiu. Embora o projeto original do fabricante incluísse VLS desde o início, a Marinha optou inicialmente pela abordagem modular descrita anteriormente. Embora isso deixe a porta aberta para a futura integração de VLS, acarreta potenciais aumentos de custos e obstáculos técnicos.
Outro aspecto crítico reside na área de defesa aérea, visto que a perda da capacidade de lançar mísseis a partir de um sistema de lançamento vertical reduz o alcance das capacidades para neutralizar potenciais ameaças tripuladas e não tripuladas, um fator que define os cenários operacionais atuais. Para abordar o problema, pelo menos parcialmente, existe a possibilidade de adicionar mísseis multifuncionais SM-6 aos contêineres montados no convés, enquanto a possibilidade de integrar armamento a laser para defesa pontual também foi levantada. No entanto, os analistas parecem concordar que, em hipótese alguma, seria possível substituir as capacidades atualmente oferecidas pelos VLS (Sistemas de Lançamento Vertical).
*Imagens utilizadas para fins ilustrativos.
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