Como parte do contínuo esquema de controle e vigilância aeroespacial na Amazônia, aeronaves de ataque Embraer A-29 Super Tucano da Força Aérea Brasileira (FAB) voltaram a interceptar uma aeronave irregular proveniente da Venezuela sobre a região de Roraima. O incidente, ocorrido no último dia 19 de dezembro, teve lugar na chamada Zona de Identificação de Defesa Aérea (ZIDA 41), situada sobre a Terra Indígena Yanomami, uma área onde as incursões aéreas ilegais se tornaram recorrentes nos últimos meses.

Durante a operação, coordenada pelo Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), foram empregados aviões A-29 Super Tucano juntamente com uma aeronave de alerta antecipado Embraer E-99, meios destacados no âmbito do Sistema Brasileiro de Defesa Aeroespacial (SISDABRA). Os radares detectaram um Cessna 182P sem plano de voo e sem matrícula identificável, o que motivou a ativação das Medidas de Controle do Espaço Aéreo (MPEA), conforme o Decreto nº 5.144. Após ser interceptada, a aeronave realizou um pouso forçado em uma pista de terra ao sul do município de Amajari, onde foi encontrada abandonada e com danos estruturais.
A Força Aérea despachou um helicóptero H-60 Black Hawk para a aplicação das Medidas de Controle no Solo (MCS), constatando que o piloto havia abandonado o local. Essa ação insere-se no contexto da Operação ZIDA 41, destinada a reforçar a segurança do espaço aéreo sobre a Amazônia por meio da cooperação entre a FAB e os órgãos de segurança pública, atividade que ganha crescente relevância diante do aumento do tráfego aéreo ilícito.

A recente interceptação soma-se a uma série de operações semelhantes realizadas pela Força Aérea ao longo de 2025. Em novembro, outra aeronave procedente da Venezuela foi detectada na mesma região e obrigada a pousar pelos A-29 Super Tucano, enquanto em setembro uma aeronave bimotora caiu sobre a represa de Balbina após desobedecer às ordens das aeronaves interceptadoras. Esses episódios refletem a continuidade dos voos irregulares que cruzam a fronteira norte do país.
O emprego dos Super Tucano tem sido particularmente destacado neste ano, não apenas em missões de interdição aérea, mas também em desdobramentos de alto perfil durante eventos de relevância internacional. Em julho, os A-29 foram designados para o dispositivo de defesa aérea da Cúpula do BRICS, no Rio de Janeiro, onde interceptaram três aeronaves que violaram o espaço aéreo restrito. Mais recentemente, em novembro, participaram da Cúpula de Líderes de Belém juntamente com caças F-5M, aeronaves E-99 e reabastecedores KC-390 Millennium, em uma operação que incluiu zonas de exclusão e sistemas antidrones.

Esses antecedentes evidenciam a valiosa função desempenhada pelos Super Tucano dentro do esquema estratégico da FAB: por um lado, como plataforma de combate e de treinamento avançado; e, por outro, como um ativo-chave para o controle do espaço aéreo em operações tanto de segurança nacional quanto de relevância diplomática.
Em um cenário em que a proteção das fronteiras aéreas é essencial para a soberania brasileira, a FAB reforça sua presença na região amazônica por meio de uma estrutura integrada de detecção antecipada, resposta rápida e coordenação interinstitucional. Com a sucessão de interceptações e operações conjuntas, o Brasil reafirma sua determinação no combate às atividades ilícitas que ameaçam a segurança aérea e territorial do país.
Imagem de capa de caráter ilustrativo. Créditos das imagens: Força Aérea Brasileira.
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