No que se configura como um novo impulso às capacidades de defesa, a fundação Come Back Alive tornou público que concluiu a modernização de 16 sistemas antiaéreos autopropulsados ZSU-23-4M-A1 Shilka para enfrentar drones russos, os quais já foram entregues às Forças Armadas da Ucrânia. Conforme indicado pela própria organização, isso implicou um investimento de cerca de 400 milhões de grívnias (pouco mais de US$ 9,5 milhões), provenientes de diversas doações, o que permitiu realizar uma ampla série de modificações no projeto básico.

Ao ampliar os detalhes técnicos da modernização, destacou-se a substituição do antigo sistema analógico computadorizado de controle de tiro por um sistema digital, bem como a incorporação de um novo sistema de navegação e conversores, além de diversos outros equipamentos auxiliares. Com esse conjunto de trabalhos, afirma-se que o tempo de detecção e ataque a potenciais alvos foi reduzido de 18 para 0,2 segundos, ao mesmo tempo em que se conseguiu duplicar o alcance dos sistemas. Outro aspecto ressaltado pela fundação, e de especial relevância no combate contra drones, é que os Shilka passaram a contar com a capacidade de fixar até 20 alvos simultaneamente.
É útil recordar, nesse sentido, que o Ministério da Defesa da Ucrânia vinha, desde 2020, promovendo a modernização de seus sistemas antiaéreos Shilka. Em particular, o ministério estava interessado na instalação de um novo sistema de radar eficaz contra drones inimigos, tendo sido selecionado para isso o modelo Rokach-AS. Além disso, prevê-se a instalação de um novo sistema optoeletrônico compatível com imagens térmicas, assim como um novo telêmetro a laser.
Por outro lado, cabe destacar que os sistemas já modernizados ficaram sob responsabilidade da Guarda Nacional da Ucrânia, com relatos que apontam especificamente para a 16ª Brigada de Artilharia. Trata-se de uma unidade especialmente dedicada às tarefas de defesa pontual de objetivos estratégicos, onde os Shilka já se encontram desdobrados e operacionais, chegando inclusive a demonstrar suas novas capacidades em combate, de acordo com o comunicado da Come Back Alive publicado em suas redes sociais.
Se ampliarmos o foco para outros processos de modernização realizados pela mencionada organização a pedido das Forças Armadas ucranianas, vale mencionar que esta também foi responsável por trabalhar nos sistemas antiaéreos Osa-AKM. Um dado nada desprezível, considerando não apenas que isso implica a obtenção de experiência-chave para realizar processos desse tipo, mas também, levando em conta o enfoque em recuperar sistemas para os quais exista um amplo inventário de munições dentro do território ucraniano, a fim de reduzir a dependência dos recursos doados pelos aliados ocidentais de Kiev.


Tal como expressa a fundação: “(…) o exército precisa de mais meios de defesa aérea de curto alcance para proteger infraestruturas de importância crítica, mas os novos complexos antiaéreos são caros, assim como as munições para eles. O Shilka utiliza munições que atualmente existem em abundância tanto na Ucrânia quanto em nossos parceiros internacionais. E, graças a essa profunda modernização, as instalações antiaéreas receberam modernos ‘cérebros’ digitais para o controle de fogo e um sistema de detecção por radar, com o qual o tempo de processamento foi reduzido quase cem vezes.”
Créditos das imagens: Fundação Come Back Alive
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