De acordo com o que foi recentemente reportado por meios de comunicação locais, a Austrália estaria avaliando transferir seus problemáticos helicópteros de ataque Tiger como parte de um pacote de ajuda militar às Forças Armadas da Ucrânia, encontrando assim um novo destino para essas aeronaves diante dos planos de retirá-las antecipadamente de serviço à medida que forem substituídas pelos mais modernos AH-64E Apache Guardian. Para Kiev, trata-se de uma notícia importante, considerando que o país já havia manifestado interesse nessa frota desde 2024, pouco tempo após a frustrada tentativa de adquirir os mais antigos modelos MRH-90 Taipan que Canberra acabou retirando.

Citanto fontes familiarizadas com a questão, publicações australianas destacaram: “A oferta está sobre a mesa e a Ucrânia os quer. Agora trata-se de logística.” No futuro próximo, espera-se que o tema seja analisado pelo Departamento de Assuntos Exteriores e Comércio, liderado pela ministra Penny Wong, onde será avaliado o impacto do que representaria uma importante entrega de aeronaves por parte de Canberra às Forças Armadas ucranianas.
Caso obtenha aprovação, o Exército Australiano se desfaria de helicópteros que começaram a ser entregues em 2004, mas que só alcançaram a Capacidade Operacional Inicial em 2011. Entre os principais problemas que marcaram seu histórico em serviço, analistas apontam obstáculos na cadeia de suprimentos para garantir sua operatividade, sobretudo devido à distância em relação ao fabricante, além de vários problemas técnicos que reduziram sua disponibilidade ao longo dos anos. Tais dificuldades, considerando a proximidade da Ucrânia com as instalações da Airbus na Europa, poderiam ser resolvidas com maior facilidade.

Vale mencionar que, atualmente, os relatos indicam que Canberra dispõe de uma frota de 22 helicópteros Tiger, que devem ser retirados em 2028. Conforme noticiado anteriormente, a Austrália já se encontra em pleno processo de incorporação de uma frota de 29 helicópteros AH-64E, cujas últimas unidades devem ser entregues pela Boeing até 2029. Em meados de novembro, informamos sobre a chegada do segundo lote de helicópteros de origem norte-americana ao Exército Australiano, indicando que esse programa de substituição avança em bons termos.
Por outro lado, embora as autoridades ucranianas não tenham dado detalhes a respeito, já se começa a especular sobre o papel que essas plataformas poderiam desempenhar na linha de frente. Uma das principais possibilidades consideradas é equipar os Tiger com foguetes integrados ao novo Sistema Avançado de Armas de Precisão Destrutiva (APKWS), o que, junto ao seu canhão de 30 mm e aos mísseis Mistral, poderia conferir ao helicóptero importantes capacidades para caçar drones. Kiev já demonstrou o uso de sua própria frota de helicópteros nessa função, inclusive com modelos de transporte que poderiam ser liberados para suas tarefas originais com a chegada dos Tiger.
Por fim, é importante lembrar que a Austrália não apoiaria a Ucrânia apenas com a entrega dos helicópteros mencionados, mas também com a transferência de 49 carros de combate M1A1 Abrams para reforçar suas capacidades blindadas, enquanto o país incorpora sua nova frota de M1A2 SEPv3 Abrams. Somados a sistemas portáteis de defesa aérea RBS 70, munições “kamikaze” Corvo PPDS e DefendTex D40, botes infláveis e outros equipamentos, Canberra já contribuiu com mais de 1,5 bilhão de dólares australianos para Kiev. Além disso, a Real Força Aérea Australiana realizou um destacamento avançado de uma aeronave E-7A Wedgetail na Europa, operando desde a Polônia entre julho e outubro deste ano.
Imagens utilizadas de forma ilustrativa
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