Com o objetivo de fortalecer suas capacidades de patrulha e vigilância marítima, a Força Aérea de Portugal (FAP) confirmou um investimento de até 24 milhões de euros destinado à modernização de cinco aeronaves P-3C Orion adquiridas da Alemanha. A medida, autorizada pelo Ministério da Defesa, está incluída na Lei de Programação Militar e permitirá atualizar os sistemas de missão dessas aeronaves, garantindo sua operacionalidade até o final da década.

O projeto contempla a incorporação de novos sistemas de enlace de dados Link 16 Crypto Modernization, um sistema AIS (Automatic Identification System) e a atualização dos sistemas acústicos empregados em missões antissubmarino e de vigilância marítima. Essas melhorias colocarão os P-3C no mesmo padrão operacional do restante da frota existente na FAP, otimizando suas capacidades de reconhecimento, patrulha terrestre e marítima, e operações de busca e salvamento de longo alcance.
O Ministério da Defesa português estabeleceu um cronograma de investimento escalonado que se estenderá até 2028. Os desembolsos serão distribuídos em 800 mil euros durante 2025, 4,2 milhões em 2026 e duas parcelas de 9,5 milhões para 2027 e 2028, respectivamente. Essas atualizações permitirão manter um número adequado de aeronaves operacionais, garantindo a continuidade das missões atribuídas ao Esquadrão 601 “Lobos”, sediado em Beja.
Os aviões que serão submetidos à modernização correspondem ao lote de seis P-3C Orion adquiridos por Portugal da Marinha Alemã em 2023, por um valor total de 45 milhões de euros. O acordo incluiu ainda um pacote logístico com peças de reposição, bancos de teste, simuladores de voo e conjuntos de modernização de meia-vida (MLU – Mid-Life Upgrade). Essa aquisição foi concretizada após a decisão da Alemanha de retirar seus P-3C, substituindo-os pelos novos Boeing P-8A Poseidon.

A chegada do primeiro P-3C Orion ex-Marinha da Alemanha ocorreu em 9 de fevereiro de 2024, marcando o início do processo de integração ao Esquadrão 601. Esta unidade, responsável por missões de vigilância e patrulha sobre uma das maiores zonas marítimas do mundo, operou historicamente diferentes versões do Orion, desde os P-3P de origem australiana até os P-3C CUP+ adquiridos dos Países Baixos em 2011.
Com esta nova modernização, Portugal busca consolidar sua capacidade de proteger o vasto espaço marítimo sob sua jurisdição, além de contribuir de forma mais eficiente para missões internacionais de busca, salvamento e segurança marítima. Os P-3C Orion, peça-chave da vigilância aeronaval portuguesa, continuarão sendo um componente essencial para o controle das suas águas e para a projeção da Força Aérea no Atlântico.
Imagens utilizadas com caráter ilustrativo.




