Em um breve comunicado divulgado em 13 de novembro, o Ministro da Defesa polonês, Władysław Kosiniak-Kamysz, anunciou que as Forças Armadas da Polônia receberam um total de 180 novos tanques K2 Black Panther da Coreia do Sul. Essa aquisição segue a recente entrega de 20 tanques à 16ª Divisão Mecanizada do Exército Polonês, completando o número de unidades estipulado no acordo inicial entre Varsóvia e Seul e abrindo caminho para a chegada dos tanques restantes, previstos em um segundo contrato, no próximo ano.

Vale lembrar que o Exército da Polônia anunciou, há alguns meses, a aquisição de um lote adicional de 180 tanques K2 Black Panther para reforçar suas unidades de cavalaria, aproveitando o acordo existente com a Coreia do Sul para que alguns deles sejam fabricados na Polônia. Conforme noticiado no início de agosto, 117 desses tanques serão fabricados pela empresa sul-coreana Hyundai Rotem, enquanto os 63 restantes serão produzidos pela estatal Polska Grupa Zbrojeniowa (PGZ); o negócio está avaliado em US$ 6,5 bilhões.
Além disso, sabe-se que os primeiros tanques chegarão da Coreia do Sul até 2027, configurados segundo o padrão K2GF, e o segundo lote, produzido na Polônia, chegará segundo o padrão K2PL a partir dessa data. Essa decisão foi tomada com a intenção de impulsionar a indústria polonesa, o que está em consonância com o plano de longo prazo de posicionar o país como um potencial exportador do modelo para terceiros países, conforme acordado com Seul como parte do programa conjunto de industrialização.

Analisando as especificações técnicas do K2 Black Panther adquirido pelas Forças Armadas Polonesas, vale destacar que se trata de um tanque de batalha principal com 55 toneladas, 10,8 metros de comprimento, 3,6 metros de largura e 2,4 metros de altura, com espaço suficiente para uma tripulação de três pessoas. Atinge uma velocidade máxima de até 70 km/h em superfícies pavimentadas, valor que cai para cerca de 50 km/h em terrenos mais acidentados. Em termos de autonomia, pode percorrer distâncias de até 450 quilômetros. Essas capacidades são possíveis graças ao seu motor diesel MT-833 de 1500 hp.
Em relação ao armamento, o tanque é equipado principalmente com um canhão L/55 de 120 mm, complementado por duas metralhadoras de calibres diferentes: uma coaxial de 7,62 mm e uma metralhadora de 12,7 mm montada no topo da torre. Além disso, sabe-se que possui um sistema de acionamento elétrico para o canhão e a torre, adicionando duas miras estabilizadas de eixo duplo para o comandante e o artilheiro. Também conta com uma câmera termográfica e um telêmetro a laser, bem como sistemas de navegação inercial e GPS.

Em termos de proteção, o projeto apresenta blindagem composta e reativa com um painel de proteção específico para o paiol de munição. Isso é reforçado por um sistema de proteção nuclear, biológica e química (NBC) para manter a tripulação segura em ambientes contaminados. Além disso, o tanque possui um sistema de supressão de incêndio e lançadores de granadas de fumaça que ajudam a ocultar sua posição, um recurso que em breve será ainda mais aprimorado com a integração do sistema Trophy APS, produzido pela empresa israelense Rafael Advanced Defense Systems. Este sistema já está instalado em diversos tipos de tanques, como o Merkava, o Challenger e o Leopard 2.
Sobre a Modernização das Forças Armadas Polonesas
Vale ressaltar que as Forças Armadas Polonesas não estão apenas em processo de incorporação dos tanques mencionados como parte de seu processo de modernização, mas que este é apenas um elo em uma cadeia mais ampla de aquisições. Como exemplos ilustrativos, podemos mencionar que o Exército Polonês está a caminho de completar sua frota de helicópteros AH-64D arrendados dos EUA, cuja chegada deve ser vista como o passo preliminar para a formação de uma frota maior composta por 96 exemplares do modelo AH-64E.

Além disso, demonstrando seus estreitos laços de defesa com a Coreia do Sul, Varsóvia garantiu um contrato para iniciar a produção de 1.266 veículos táticos Legwan 4×4, baseados na plataforma do veículo tático leve KIA (KLTV) sul-coreano. Assim como no caso do K2 Black Panther, o parceiro industrial escolhido é a Polska Grupa Zbrojeniowa (PGZ), com entregas programadas para continuar até 2035.
No que diz respeito ao poder aéreo, a Polônia também se prepara para incorporar sua nova frota de caças furtivos F-35 “Husarz”, nomeados em homenagem à outrora temida unidade de cavalaria do país. No início deste mês, a Força Aérea anunciou que já possui um grupo de sete aeronaves implantadas nos Estados Unidos, onde futuros pilotos e técnicos de manutenção passarão por treinamento, que ocorrerá na Base Aérea de Eglin e na Base Aérea da Guarda Nacional de Ebbing.

Por fim, entre outros processos de aquisição, é importante mencionar que a Polônia já iniciou a construção de novos submarinos de ataque da classe Scorpène em parceria com a empresa francesa Naval Group. Este acordo, que também envolve o complexo industrial-militar local no processo de produção, visa substituir e expandir uma capacidade naval que atualmente depende exclusivamente do submarino ORP Orzeł, em serviço na instituição desde 1986. Este submarino tornou-se a única embarcação disponível após a aposentadoria dos quatro submarinos da classe Kobben, construídos na Noruega, tornando sua modernização urgente, especialmente em um momento em que o Mar Báltico é palco de tensões com a Rússia.
*Imagens utilizadas para fins ilustrativos
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