Nas últimas horas, o Ministério da Defesa do Reino Unido, por meio de seu titular, informou que o navio de pesquisa Yantar da Marinha da Rússia foi detectado novamente nas proximidades das águas britânicas, particularmente nos arredores do extremo norte das ilhas inglesas. Em razão disso, a Marinha Real britânica destacou a fragata Tipo 23 HMS Somerset (F82) e um avião de patrulha marítima P-8A Poseidon da Real Força Aérea (RAF) para acompanhar e monitorar as atividades da embarcação de bandeira russa.
O fato foi comunicado pelo próprio secretário de Defesa do Reino Unido, John Healey, ao Parlamento britânico durante as primeiras horas do dia de hoje, onde assinalou que esta foi a segunda vez no ano em que o navio russo Yantar é detectado operando nas proximidades das águas do Reino Unido. Seguindo as palavras do parlamentar britânico, o mesmo expressou que: “Este é um navio projetado para coletar informações de inteligência e mapear nossos cabos submarinos”.

Neste ponto, é importante mencionar que, já há vários anos, o Ministério da Defesa do Reino Unido considera o Yantar como um navio “espião” da Rússia, o que levou à sua vigilância de perto por meio do emprego de múltiplos meios aeronaval. Um dos episódios mais recentes ocorreu no início deste ano, quando um dos submarinos nucleares da Marinha Real britânica emergiu próximo ao navio russo para dissuadi-lo, já que se encontrava rondando a infraestrutura submarina crítica na zona econômica exclusiva (ZEE) do Reino Unido.
De acordo com o informado, a preocupação com a presença deste navio decorre da capacidade que esse tipo de embarcação possui. Especificamente, o Yantar, navio-chefe do Projeto 22010, pertence à Direção Principal de Pesquisa em Águas Profundas (GUGI), e é uma plataforma oficialmente classificada como “navio de pesquisa oceanográfica” da Marinha da Rússia. Já há vários anos, o Yantar ganhou relevância depois de ter sido visto realizando atividades de vigilância no Atlântico, no Mar do Norte e no Mar de Barents, mas sobretudo ao redor de infraestruturas submarinas críticas.
Entre outras particularidades, diversos relatórios reforçam a ideia de que o Yantar pode interceptar ou cortar cabos submarinos, assim como investigar e recuperar objetos a profundidades de quase 5.500 metros. Tendo Severomorsk como seu porto-base, entre suas múltiplas características relevantes destaca-se o fato de que possui a capacidade de lançar até dois tipos de submersíveis autônomos especialmente projetados para operar em águas profundas, especificamente das classes Rus e Konsul.
Além disso, é importante levar em conta que o navio, com 108,1 metros de comprimento e 17,2 metros de boca, tem sua base na baía de Olenya, onde se encontra não apenas a base mencionada do GUGI, mas também o lar de submarinos convencionais e de propulsão nuclear da Marinha russa.

Por fim, observadores sugerem que esta segunda ocasião se enquadra dentro de uma campanha mais ampla de coleta de inteligência e espionagem da Marinha russa frente aos países que compõem a Aliança Atlântica do Norte (OTAN), entre outros, operando sempre dentro dos limites administrativos da Frota do Norte da Rússia.
Nessa mesma linha, um exemplo recente ocorreu há apenas alguns dias, quando a Marinha Real dos Países Baixos destacou suas unidades para realizar uma missão de vigilância sobre o navio de pesquisa Yantar da Marinha russa, que se encontrava transitando por águas do Mar do Norte. Para o Ministério da Defesa dos Países Baixos, aquela ocasião representou mais uma demonstração de um assunto que vêm suspeitando e alertando ao público há muito tempo, a saber, que a Rússia está aumentando sua presença naval na região com navios de pesquisa que poderiam estar mapeando infraestrutura chave que repousa sob o mar.
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