Buscando reforçar suas capacidades de defesa contra drones de longo alcance fabricados no Irã, a Força Aérea Israelense modernizou seus antigos mísseis ar-ar AIM-9M Sidewinder, em particular seus sistemas de guiamento. O objetivo é reduzir a sobrecarga em sua rede de defesa aérea, já que interceptar esses drones pequenos, de baixa velocidade e baixa altitude é mais desafiador com os sistemas atuais.

Essa mudança decorre de um relatório recente publicado pelo Instituto de Pesquisa de Política Externa (FPRI), que compilou lições aprendidas com ataques de drones lançados de Teerã em meados de abril do ano passado. A Força Aérea Israelense colaborou com tropas americanas e outros parceiros regionais para interceptar esses ataques. Em um trecho do relatório publicado, o FPRI afirmou, com base em uma entrevista com oficiais da Força Aérea dos EUA: “Especialistas rapidamente concluíram que a arma mais eficaz para abater drones de ataque unidirecionais de longo alcance era o AIM-9X (…) A variante anterior, o AIM-9M, mostrou-se ineficaz para a defesa antidrone dos EUA.”

Vale ressaltar que a variante X do míssil em questão entrou em serviço nos EUA em 2003, incorporando uma ampla gama de modificações em seu projeto externo e interno em comparação com o modelo anterior, o AIM-9M. Uma de suas principais melhorias foi a instalação de um novo sensor infravermelho de imagem (IIR), que expandiu significativamente as capacidades do míssil. Seguindo essa tendência, Israel decidiu aplicar melhorias semelhantes, ainda não especificadas, ao seu próprio arsenal de mísseis da variante M, resultando em uma maior taxa de sucesso nas missões em que foram utilizados.

Em relação ao sigilo que envolve essas melhorias, o relatório do FPRI detalha: “No entanto, a Força Aérea Israelense fez uma alteração no sensor do AIM-9M e a utilizou com considerável sucesso… eles ainda não compartilharam a tecnologia com seus aliados, nem mesmo com os Estados Unidos.” Isso dificulta determinar se as melhorias feitas pelas tropas israelenses no míssil foram atualizações de hardware ou software, gerando uma ampla gama de especulações. Entre as mais notáveis, analistas americanos sugerem que estas poderiam ser novas espoletas de proximidade com pequenas antenas de radar semelhantes às encontradas nos mísseis de curto alcance FIM-92 Stinger.

Outra possibilidade analisada, derivada das ações da Força Aérea Real Britânica em suas próprias missões de interceptação, reside no fato de que o radar de varredura mecânica foi ajustado para facilitar a detecção e o rastreamento de alvos. No entanto, observa-se que isso exigiu uma coordenação extremamente cuidadosa dos lançamentos, uma vez que essa modificação resultou na detecção de tudo o que se move no solo, o que poderia levar à destruição de veículos civis ou outros danos colaterais. A Força Aérea dos EUA, por sua vez, utilizou os novos pods Sniper para designação de alvos graças ao seu sensor infravermelho, embora tenha identificado que os drones iranianos emitiam um sinal muito fraco.

Consequentemente, sua detecção também foi atribuída a fatores como o ruído de seus motores, que, segundo relatos, é detectável mesmo quando os sistemas estão voando a milhares de metros de altitude e a quilômetros de distância. Este último detalhe é significativo, considerando que há precedentes na Ucrânia em relação ao uso de sensores acústicos para designação de alvos. Independentemente das modificações em questão, existe um forte interesse dos EUA e da Ucrânia em que Israel compartilhe a tecnologia que torna seus mísseis AIM-9M particularmente eficazes contra drones, visto que ambos os países e seus parceiros possuem um estoque significativo desse armamento que poderia ser usado na linha de frente.

*Imagens meramente ilustrativas.

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