Poucos dias depois de ser oficialmente incorporado ao serviço, o novo porta-aviões Fujian (CV-18) da Marinha do Exército de Libertação Popular da China (PLAN) completou seus primeiros exercícios em local ainda não revelado, segundo fontes oficiais divulgadas nas últimas horas. Paralelamente, e de acordo com informações publicadas por Fontes de Informação Aberta (OSINT), o Shandong (CV-17) também teria deixado o porto de Hainan.
Tendo celebrado sua entrada em serviço no último dia 6 de novembro na Base Naval de Sanya, na ilha de Hainan, e atracado ao lado do Shandong, o novo e mais moderno porta-aviões da frota da Marinha da China deu um novo passo em seu jovem histórico operacional ao integrar a Frota do Comando do Teatro Sul (STC) da PLAN, uma região-chave para as aspirações do Gigante Asiático no Mar do Sul da China.

Com estes antecedentes, a Marinha da China confirmou recentemente que o Fujian, segundo porta-aviões construído inteiramente no país, porém o primeiro de projeto chinês, concentrou suas operações durante sua breve navegação em exercícios com seu Grupo Aéreo Embarcado (GAE). Foi a primeira vez, desde sua entrada em serviço, que seus sistemas de lançamento e recuperação de aeronaves foram testados, validando ainda mais a compatibilidade das aeronaves embarcadas J-35, J-15T, J-15D e KJ-600 com o novo sistema de catapultas eletromagnéticas.
Antes desses exercícios, os últimos testes registrados com essas aeronaves datam do final de setembro deste ano, quando imagens oficiais divulgadas em redes sociais confirmaram a realização de testes de pouso e decolagem do Grupo Aéreo Embarcado do porta-aviões Fujian. Em detalhe, foi possível observar o novo caça furtivo Shenyang J-35 em sua versão embarcada operando no convoo, assim como a variante embarcada da família J-15, denominada J-15T, compatível com a nova configuração CATOBAR do navio.

Validação do sistema de catapultas eletromagnéticas
Um dos aspectos mais relevantes desses novos exercícios é a validação do sistema de catapultas eletromagnéticas que equipa o Fujian, sendo este o primeiro porta-aviões chinês a abandonar o sistema STOBAR, caracterizado pela presença de uma rampa ski-jump na proa, para adotar uma configuração CATOBAR — um salto doutrinário e tecnológico de grande relevância para a Marinha da China.
Esse sistema permite lançar aeronaves com maior carga de combustível e armamentos, aumentando seu alcance efetivo e flexibilidade operacional. Além disso, possibilita uma maior taxa de saídas do grupo aéreo embarcado, aspecto central para operações sustentadas em cenários oceânicos. A combinação de catapultas eletromagnéticas com uma ala embarcada composta por caças furtivos, plataformas de alerta antecipado e aeronaves especializadas marca uma mudança profunda nas capacidades aeronaval chinesas.

Consolidação do Grupo Aéreo Embarcado
Além do J-15T, o Fujian integrará progressivamente o J-15D/J-15DT e o KJ-600, plataforma de alerta antecipado embarcada que permitirá alcançar um nível de consciência situacional muito superior ao dos porta-aviões anteriores. O componente aéreo será complementado por helicópteros Z-20 em funções utilitárias e de guerra antissubmarina.
Levando isso em conta, esses primeiros exercícios fazem parte de um processo que se estenderá pelos próximos anos, até que o Fujian alcance sua plena capacidade operacional, validando procedimentos de lançamento, recuperação, abastecimento, manutenção e coordenação com navios escolta.
Um porta-aviões projetado para operações distantes
Sem dúvida, um dos dados mais significativos desse novo porta-aviões é seu deslocamento de 80 mil toneladas. Nessa mesma linha, analistas sugerem que o Fujian foi concebido para operar além das águas próximas. Embora sua propulsão seja convencional, seu projeto o posiciona como o porta-aviões mais avançado da Marinha chinesa, capaz de sustentar operações aéreas complexas em ambientes oceânicos.
Com essa nova saída ao mar, a presença simultânea do Fujian e do Shandong na região reforça a ideia — já apontada por analistas chineses na cerimônia de incorporação — de avançar rumo a uma configuração dual de porta-aviões no Mar do Sul da China. Em termos operacionais, isso aumenta a capacidade da China de realizar diversas missões que vão desde defesa, controle aéreo e apoio a operações, além de constituir um elemento de dissuasão estratégica frente a atores regionais.
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