De acordo com um relatório intitulado “Estrutura de Força de Caça de Longo Prazo”, apresentado ao Congresso no início deste ano, a Força Aérea dos EUA planeja manter alguns de seus caças F-15 C/D Eagle, entre os mais antigos de sua frota, em serviço por pelo menos mais quatro anos do que o previsto.

De acordo com um documento citado pela revista Air and Space Forces Magazine, a vida útil operacional dos últimos F-15C/D será estendida de 2026 para 2030. O relatório, exigido pelo Congresso na Lei de Autorização de Defesa Nacional de 2025, descreve os requisitos de longo prazo da Força Aérea para caças e as estratégias para atendê-los. Embora datado de agosto de 2025, foi publicado pela primeira vez em outubro pelo Inside Defense.
Os gráficos incluídos no relatório indicam que a Força Aérea planeja manter 42 F-15C/D em seu inventário operacional até 2028 e conservar 21 unidades até 2030, quando o modelo original será totalmente aposentado. Isso contrasta com os planos orçamentários anteriores, que previam a aposentadoria completa da frota de F-15C/D até o ano fiscal de 2026.
Um oficial da Força Aérea explicou: “Esperamos a completa desativação dos F-15C/D até o ano fiscal de 2031, quando serão substituídos pelo F-15EX. Até lá, planejamos manter os 21 F-15C/D mais viáveis em Fresno”, sede da 144ª Ala de Caça da Guarda Nacional Aérea da Califórnia.

O Comando de Combate Aéreo “está gerenciando ativamente a frota para garantir que os F-15C/D mais viáveis — conhecidos como Platinum Eagles — permaneçam em serviço”, acrescentou o oficial. De acordo com o relatório, “o desinvestimento da frota de F-15C/D está quase concluído”, embora a Força Aérea continue a implantar os mais novos F-15EX Eagle II em unidades da ativa e da Guarda Nacional Aérea pelos próximos anos. O documento afirma que a frota Platinum Eagle “permanece viável para atender aos requisitos da Autoridade de Controle do Espaço Aéreo até 2030”.
A missão de controle do espaço aéreo exige que os caças sejam capazes de decolar rapidamente, interceptar e identificar aeronaves desconhecidas ou hostis que entrem nas zonas de identificação de defesa aérea dos EUA e, se necessário, abatê-las caso representem uma ameaça.
Um ex-piloto da Força Aérea, entrevistado pela revista Air & Space Forces Magazine, explicou que essas missões “normalmente não exigem manobras complexas, mas a velocidade é crucial” para alcançar o ponto de onde podem lançar mísseis contra aeronaves hostis.

Mais de 75% dos F-15C/D apresentam limitações de desempenho, seja em velocidade máxima ou força G, devido à fadiga estrutural. A Força Aérea originalmente planejava substituir a frota por caças F-22 Raptor até o final da década de 2000, mas a redução dos pedidos obrigou os F-15C/D a permanecerem na função de superioridade aérea.
Nos últimos anos, os F-15C/D mais avançados — equipados com radares AESA (Active Electronically Scanned Array) e outros sistemas modernizados — foram retirados de serviço nas bases aéreas de Lakenheath (Reino Unido) e Kadena (Japão), onde estavam localizadas as unidades mais próximas das zonas de implantação. Em Lakenheath, foram substituídos por F-35, enquanto em Okinawa, rotações de F-35 e F-16 têm ocupado seus lugares. O plano oficial prevê o estacionamento permanente de F-15EX nessas bases quando estiverem disponíveis.
O mesmo ex-piloto observou que os F-15 restantes “deveriam ser capazes de cumprir a missão” e só seriam realocados em caso de “um grande conflito nacional“, situação em que “provavelmente é melhor mantê-los onde estão”.

O relatório anual estabelece a necessidade total de caças da Força Aérea em 1.558 aeronaves, sob a nova categoria de Inventário Total de Aeronaves com Código de Combate (Combat-Coded Total Aircraft Inventory), um termo que visa refletir com mais precisão o número real de caças operacionais. Essa designação substitui a anterior, Inventário de Aeronaves para Missão Primária (Primary Mission Aircraft Inventory), que excluía aproximadamente 15% do total de aeronaves, incluindo aquelas mantidas na reserva devido ao desgaste e como aeronaves de apoio.
Um oficial da Força Aérea indicou que há uma proposta legislativa no Congresso para modificar a nomenclatura e os critérios de contagem. O documento também alerta que a canibalização entre os F-15C/D — o uso de peças de uma aeronave para manter outra operacional — aumentou significativamente e que as fontes de peças de reposição estão diminuindo. Portanto, a Força Aérea apresentou a compra de F-15EX como uma necessidade urgente, dada a taxa acelerada de aposentadoria dos F-15C/D.
Além disso, o relatório confirma que alguns F-15E Strike Eagles permanecerão em serviço até a década de 2030.
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