Recentemente, novas imagens de satélite foram publicadas nas redes sociais, mostrando aparentemente uma nova variante furtiva do helicóptero de transporte Z-20 operado pela China. Esta é a primeira vez que temos a oportunidade de observá-lo em voo livre. Apesar da baixa resolução da imagem divulgada, as superfícies refinadas da aeronave em questão são discerníveis, juntamente com características que parecem projetadas para suprimir a detecção por sensores infravermelhos, sugerindo as capacidades furtivas da aeronave.
Vale ressaltar que os helicópteros Z-20 são fabricados pelo Grupo Industrial de Aeronaves de Harbin como uma plataforma particularmente útil para o transporte de tropas e missões de apoio logístico a unidades em ambientes complexos, especialmente em terrenos montanhosos onde o abastecimento das tropas desdobradas é difícil. De modo geral, seu projeto apresenta diversas semelhanças com os modelos americanos UH-60 Black Hawk, tanto no número de pás do rotor principal quanto na configuração da cauda; levando analistas ocidentais a especularem que se trata de uma plataforma resultante da exploração de projetos conceituais baseados nesse modelo.
Além disso, o progresso da China nesse tipo de tecnologia reflete seu crescente interesse em equipar seus helicópteros com capacidades furtivas, abrangendo diversas tecnologias que reduzem sua assinatura de radar e infravermelho. Um projeto desse tipo proporcionaria ao gigante asiático um sistema particularmente útil para inserir unidades de forças especiais em ambientes altamente monitorados, semelhante ao que os EUA disponibilizaram ao SOCOM por meio do MH-X Silent Hawk, famoso por seu papel nas operações que levaram à eliminação de Osama bin Laden em território paquistanês. No entanto, permanece incerto se este é um protótipo isolado para testes em um futuro próximo ou se faz parte de um programa muito maior.

Sobre o crescente número de testes chineses de aeronaves furtivas
Em consonância com o que foi discutido até agora, é importante ressaltar que o surgimento dessas imagens não é um caso isolado de aeronaves com tecnologia furtiva que a China está desenvolvendo atualmente, mas sim o contrário. Um exemplo ilustrativo disso pode ser encontrado na aeronave conhecida como J-50 (ou também como J-XDS), considerada o principal projeto de caça de sexta geração chinês até o momento. Ela está sendo desenvolvida pela Shenyang Aircraft Corporation ao mesmo tempo em que a Boeing trabalha no F-47, que equipará a Força Aérea dos EUA. Em 26 de setembro, noticiamos a publicação de novas imagens que permitiram uma visão clara da aeronave, graças a um fotógrafo que escalou as cercas de um aeródromo e foi posteriormente detido pelas forças de segurança presentes.

Além disso, no final de outubro, novas imagens do segundo protótipo do que viria a ser o futuro caça-bombardeiro de sexta geração J-36, cujo desenvolvimento está sendo liderado por Chengdu, também foram reveladas. No material multimídia em questão, foi possível observar que a China implementou diversas melhorias em relação ao primeiro modelo, principalmente um novo trem de pouso com rodas duplas lado a lado em vez da configuração em tandem, a fim de reduzir o espaço necessário quando recolhido. Além disso, foi notada a implementação de novos bocais de vetorização de empuxo bidimensionais, que aumentariam a manobrabilidade da aeronave, seguindo os passos do já mencionado J-50.
Ademais, de olho em seu futuro papel como ala embarcada do porta-aviões Fujian, a China também divulgou um número significativo de vídeos e imagens de seu novo caça furtivo J-35, que já foi visto realizando testes de pouso e decolagem no convés do navio. Como indicamos no final de setembro, foi possível observar que a aeronave estava equipada com um trem de pouso reforçado, especialmente projetado para operações a partir de porta-aviões, além de maiores detalhes referentes às linhas angulares que reduzem sua assinatura de radar.

Outros desenvolvimentos atuais na indústria aeroespacial chinesa
Além desses avanços significativos em suas capacidades de aviação furtiva, é importante notar que a China estaria trabalhando na conversão de alguns de seus caças mais antigos em plataformas de combate não tripuladas. Isso permitiria que fossem usados para missões de treinamento de pilotos ou como iscas para desestabilizar as defesas aéreas inimigas em caso de potenciais ofensivas futuras.
Em particular, no Salão Aeronáutico de Changchun, a China exibiu uma aeronave Shenyang J-6 convertida, agora um Veículo Aéreo de Combate Não Tripulado (UCAV), que os visitantes puderam se aproximar e fotografar. Supostamente, essa aeronave já havia sido aposentada, assim como os modelos J-7 e J-8, que também são alvo de especulações semelhantes, visto que foram vistos juntos em fábricas chinesas onde, supostamente, estão sendo realizados trabalhos de conversão.

Além disso, nesta mesma semana, noticiamos a nova aparência da futura aeronave de treinamento embarcada para os porta-aviões da Marinha da China, cuja designação oficial ainda é desconhecida e que está sendo desenvolvida pelo Grupo Industrial de Aviação Hongdu (HAIG). Trata-se de um modelo bimotor com assentos em tandem e a aparente capacidade de ser reconfigurado como um caça leve, entre outras características conhecidas. Vale ressaltar também que o projeto difere de seus antecessores por utilizar motores fabricados localmente, o que facilitaria tanto sua produção quanto a exportação para países potencialmente interessados.
*Imagens utilizadas para fins ilustrativos
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