Enquanto as Forças Armadas Russas relatam avanços significativos nos testes do novo míssil de propulsão nuclear Burevestnik, especialistas locais começaram a indicar que seu design modular seria compatível com os lançadores de mísseis balísticos Iskander e Oreshnik já existentes, o que facilitaria o processo de incorporação e desdobramento do armamento no futuro. A questão foi levantada pelo analista Alexander Stepanov, especialista em assuntos militares do Instituto de Direito e Segurança Nacional da Academia Presidencial Russa de Economia Nacional e Administração Pública, cujas declarações foram rapidamente repercutidas pela mídia local.

Citando algumas de suas declarações: “Os lançadores russos são extremamente versáteis, o que lhes permite se adaptar rapidamente para empregar praticamente qualquer arma padrão moderna. Por exemplo, os lançadores projetados para o míssil Iskander podem ser atualizados rapidamente para disparar mísseis alternativos de alta precisão, incluindo o Burevestnik. Da mesma forma, a plataforma Oreshnik, que funciona como um lançador modular universal, pode ser empregada da mesma maneira.”
Além disso, em trechos posteriores o analista também indicou que o armamento em questão poderia ser lançado a partir de lançadores transportados em contêineres instalados em navios de combate, o que ampliaria sua área de atuação. Conforme apontado em seu argumento, isso está em consonância com a abordagem soviética de desenvolver armas de precisão com grande flexibilidade em relação às plataformas de lançamento, bem como para permitir futuros trabalhos de modernização.

Cabe recordar que o míssil Burevestnik se apresenta como um dos mísseis de maior alcance de que poderiam dispor as Forças Armadas Russas, algo que pôde ser observado nos testes mais recentes relatados ontem. Em particular, foi o chefe do Estado-Maior russo, Valery Gerasimov, quem apresentou ao presidente Vladimir Putin os surpreendentes dados obtidos no lançamento do míssil, a saber: mais de 14.000 quilômetros percorridos em 15 horas de voo — algo que o próprio general destacou que pode ser ampliado.
Em suma, o armamento possui capacidade de realizar manobras verticais e horizontais que lhe permitem evitar e penetrar os sistemas antimísseis de potenciais inimigos, uma característica que despertou alertas nos Estados Unidos. O próprio presidente Donald Trump, enquanto se preparava para uma viagem ao Japão, afirmou que esse tipo de anúncio “não é apropriado” para o tenso momento vivido diante do impasse nas negociações de paz pelo conflito russo-ucraniano e das sanções impostas por Washington em consequência. Na União Europeia, também há preocupações a esse respeito, em um momento em que se trabalha em novos pacotes de sanções contra a Rússia e em mecanismos de financiamento para a Ucrânia.
*Imagens utilizadas apenas com caráter ilustrativo
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