No que representa o desfecho de uma longa série de avanços e recuos sobre o tema, o Reino Unido confirmou hoje que realizará a venda de 20 novos caças Eurofighter à Força Aérea da Turquia, num acordo avaliado em mais de £8 mil milhões e que permitirá sustentar mais de 20.000 postos de trabalho qualificados no país. De acordo com fontes oficiais do governo britânico, trata-se do maior contrato de exportação de aeronaves de combate de uma geração, o qual foi concluído pelo primeiro-ministro Keir Starmer durante a sua primeira visita à cidade turca de Ancara.

Detalhando o acordo, Londres destacou que o contrato é de grande importância para manter ativas as linhas de produção em Edimburgo, Samlesbury, Bristol e Warton — sendo esta última uma das que corria o risco de encerramento devido à falta de encomendas para a produção do caça no Reino Unido. Importa recordar que, há vários meses, os sindicatos britânicos vinham a exigir uma medida deste tipo, seja através de um contrato de exportação ou de uma ampliação da frota de caças da Real Força Aérea, em detrimento de uma nova compra de caças F-35 de origem norte-americana.

Nesse sentido, o próprio primeiro-ministro Starmer declarou: “Este acordo histórico com a Turquia é uma vitória para os trabalhadores britânicos, uma vitória para a nossa indústria de defesa e uma vitória para a segurança da NATO. Nos dois extremos da Europa, o Reino Unido e a Turquia são vitais para enfrentar os desafios do nosso tempo, e isto permitirá que as nossas Forças Armadas trabalhem ainda mais em conjunto enquanto dissuadimos ameaças e protegemos os nossos interesses nacionais. Ao oferecer empregos altamente qualificados e bem remunerados, inclusive em Warton, Edimburgo e Bristol nos próximos anos, este é mais um exemplo do nosso Plano de Mudança em ação, impulsionando a renovação e as oportunidades em todo o país.”

Por sua vez, o secretário da Defesa, John Healey, afirmou: “Este é outro importante acordo de exportação para o Reino Unido e o maior contrato de exportação de aviões a jato de uma geração. Irá injetar milhares de milhões de libras na nossa economia e manterá as linhas de produção do Typhoon britânico em funcionamento a longo prazo. Este acordo vai muito além da simples aquisição de aeronaves — está na vanguarda da crescente colaboração industrial e de defesa entre as nossas duas nações.”

É igualmente importante recordar que o acordo prevê que pelo menos 37% das aeronaves sejam produzidas em território britânico, enquanto os restantes parceiros do programa Eurofighter repartirão o percentual remanescente. No caso britânico, cerca de 6.000 empregos são mantidos nas instalações da BAE Systems em Warton e Samlesbury, onde a empresa realiza a montagem final de cada caça. Em Bristol, a Rolls-Royce emprega aproximadamente 1.100 trabalhadores na produção dos motores EJ200 que equipam o Eurofighter, enquanto outros 800 trabalhadores se encontram em Edimburgo para a fabricação dos radares.

Além disso, destaca-se que o acordo começou a ganhar forma em julho de 2025, quando os governos do Reino Unido e da Turquia assinaram um Memorando de Entendimento (MoU) para a compra de até 40 caças Eurofighter. A intenção de Ancara era adquirir uma nova plataforma que complementasse a espinha dorsal da sua Força Aérea, composta por aeronaves F-16, enquanto aguarda o desenvolvimento local do caça de quinta geração KAAN. A assinatura desse documento representou uma primeira demonstração do abandono da resistência alemã à operação, uma vez que Berlim havia bloqueado o acordo alegando violações de direitos humanos contra a população curda — uma postura que mudou com a chegada do novo chanceler Friedrich Merz.

Por fim, vale referir que, poucos dias antes da conclusão do acordo agora mencionado, a Turquia também se encontrava em negociações com Omã e o Qatar para a aquisição de caças Eurofighter usados pelas respetivas forças aéreas. Assim o comunicou o presidente turco Recep Tayyip Erdogan na passada quinta-feira, enquanto regressava ao país após uma viagem pelo Golfo que incluiu visitas a ambas as nações. Nas suas próprias palavras: “Discutimos as negociações em curso com as partes catariana e omanita sobre a compra de aviões de combate Eurofighter. As conversações sobre este assunto, tecnicamente detalhado, estão a progredir de forma positiva.”

Imagens utilizadas apenas a título ilustrativo.

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