No dia 9 de outubro passado, a Força Aérea de Portugal revelou que incorporou o seu primeiro helicóptero UH-60L Black Hawk remanufaturado nos Estados Unidos para o combate a incêndios, o qual chegou à Base Aérea nº 8, localizada em Ovar, durante a tarde. Para a instituição, trata-se do quinto exemplar recebido de seu aliado norte-americano para reforçar o Esquadrão 551, conhecido como “Panteras”, embora seja o primeiro a chegar às mãos de seus pilotos na configuração “Lima”, com modificações que o diferenciam da versão “Alpha”, à qual pertencem os helicópteros anteriores.

Quanto ao transporte do exemplar para território português a partir dos EUA, o comunicado oficial detalha que ele foi levado em um avião KC-390 da própria Força Aérea, que iniciou sua viagem em 7 de outubro com destino a Huntsville, Alabama. Durante o trajeto, o KC-390 fez escalas tanto na Base Aérea nº 4, localizada nas Lajes, como também em Rhode Island.
Ampliando alguns detalhes adicionais, a Força Aérea Portuguesa informou que esta variante se caracteriza por incorporar novos motores e uma nova caixa de transmissão, o que impacta positivamente na vida útil da plataforma — algo especialmente útil devido aos tipos de ambiente em que irá operar. Além disso, a versão Lima oferece capacidade de carga superior no momento da decolagem, o que, em números concretos, representa um acréscimo de cerca de 680 quilos; ou de 450 quilos no caso de carga suspensa. Deve-se acrescentar ainda que o novo UH-60L contará com novos radares meteorológicos para melhor desempenho em condições climáticas adversas, além de incorporar um sistema de guincho externo para missões de busca e salvamento.

Somado a esses aspectos, cada helicóptero da variante Lima terá capacidade de transportar até 2.950 litros de água para o combate a incêndios, com um sistema especialmente projetado para ser eficaz em ambientes rurais. Além disso, sabe-se que poderão transportar até 12 militares a bordo, permitindo o rápido deslocamento de equipes de resgate conforme a situação exigir. Nesse sentido, a instituição afirma que está treinando tripulações e operadores com o objetivo de consolidar suas habilidades até 2026, garantindo que a nova frota de helicópteros seja empregada sem maiores dificuldades.
Vale destacar também que parte do pessoal designado para operar a plataforma em Portugal foi enviada à Áustria para participar de exercícios ao longo do mês de outubro, tanto no uso do helicóptero quanto em procedimentos de combate a incêndios. Especificamente, entre os dias 13 e 17 deste mês, os operadores portugueses foram treinados nesse último aspecto, enquanto entre os dias 20 e 24 realizarão voos sobre montanhas e com cargas suspensas.

Por fim, é importante lembrar que a chegada deste novo helicóptero — assim como dos futuros UH-60L da variante Lima que estarão nas mãos portuguesas — está inserida no âmbito do chamado Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Em particular, a decisão de Lisboa de incorporar essas plataformas responde à necessidade decorrente da entrega de seus antigos helicópteros Kamov Ka-32, de origem russa, à Ucrânia como parte de um pacote de assistência, aeronaves que anteriormente realizavam as missões de combate a incêndios. No total, somando os helicópteros da variante Alpha, Portugal contará com nove novos Black Hawks.
Créditos das imagens: Força Aérea de Portugal
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