Na recente feira de defesa DSEI, em Londres, a empresa Teledyne FLIR Defense apresentou o sistema SkyCarrier, projetado para o lançamento, controle e recuperação dos sistemas aéreos não tripulados (UAS) SkyRaider e SkyRanger da Teledyne FLIR. A Zona Militar manteve recentemente uma conversa exclusiva com Rich Cunha, diretor de produto de UAS na Teledyne FLIR Defense, sobre as capacidades deste novo sistema portátil e por que os exércitos latino-americanos deveriam se interessar por essa tecnologia.
O SkyCarrier é um contêiner blindado que “protege completamente” o drone quando fechado e que se abre, desdobrando uma plataforma de lançamento e pouso. A plataforma maximiza a área de pouso do UAS, centraliza a aeronave e reduz o espaço de armazenamento. A empresa destacou que a função de lançamento e recuperação autônomos do SkyCarrier permite que o drone pouse em plataformas em movimento ou estacionárias sem controle manual, além de protegê-lo de vegetação, detritos e outros fatores ambientais quando não está operando. Ele ainda conta com uma opção “siga-me”, que permite ao UAS seguir e retornar a veículos, pessoal ou locais designados.

A ZM perguntou a Cunha por que os exércitos latino-americanos deveriam se interessar pelo SkyCarrier e se ele pode operar nos ambientes exigentes da América do Sul, como a selva amazônica e a cordilheira dos Andes, onde as forças regionais atuam contra narcoinsurgentes, contrabandistas, outras redes criminosas e pessoas envolvidas em crimes ambientais, como pesca e mineração ilegais.
O executivo explicou que o SkyCarrier foi projetado para permitir uma operação totalmente “hands-free” de “um dos sistemas não tripulados pequenos mais flexíveis e resistentes disponíveis”. Cunha destacou que o SkyCarrier poderia ser implantado “tanto em terra quanto instalado em veículos, para monitorar áreas remotas, como selvas, florestas ou cadeias montanhosas, enquanto os operadores poderiam estar localizados de forma centralizada a milhares de quilômetros de distância”. (O drone Teledyne FLIR SkyRanger R70 pode operar a altitudes de até 5.000 metros, ou 15.000 pés, tornando-o adequado para a cordilheira dos Andes).
O executivo também ressaltou que o SkyCarrier pode ser instalado em embarcações fluviais para operações litorâneas, “aproveitando um UAS maior e mais capaz sem a necessidade de especialistas altamente treinados para seu lançamento e recuperação”.
Um porta-voz da Teledyne FLIR Defense destacou que as Forças Armadas do Equador já operam os drones da empresa. “Temos fornecido sistemas aéreos e terrestres não tripulados ao governo do Equador por vários anos e continuamos a colaborar com eles para lidar com questões regionais, como narcotráfico, proteção ambiental, segurança fronteiriça e mais”, disse o porta-voz à ZM.
Cunha explicou que a produção do SkyCarrier deve começar no segundo trimestre de 2026, com entregas aos clientes iniciando posteriormente. (Não está claro se o Equador tem interesse atual no SkyCarrier, mas isso pode ocorrer no futuro). A Teledyne FLIR Defense busca “diversos clientes e aplicações finais”, incluindo CBRNE (Químico, Biológico, Radiológico, Nuclear e Explosivos de alto rendimento), ISR (Inteligência, Vigilância e Reconhecimento), EW (Guerra Eletrônica), SIGINT (Inteligência de Sinais) e “aplicações de designação/objetivo para veículos terrestres tripulados/não tripulados ou navios de superfície marítimos”, explicou Cunha à ZM. O sistema também pode apoiar operações aéreas de drones, missões de comboio ou operações com materiais perigosos, proteger locais estratégicos e até servir como repetidor de comunicações.
Segundo a empresa, o SkyCarrier foi testado com sucesso em múltiplas embarcações marítimas, incluindo lanchas de ataque rápido e botes semirrígidos (RHIB), e em veículos terrestres em terrenos acidentados, mesmo com inclinações superiores a 20%, a velocidades de até 50 km/h (30 mph), “demonstrando sua confiabilidade em condições reais”. Cunha acrescentou que os testes foram realizados “amplamente em veículos terrestres na América do Norte e Europa e utilizados para testes marítimos no Mar do Norte, frente à costa do Alasca e no Golfo do México em uma variedade de pequenas embarcações”.
O contêiner suporta missões tanto com cabo (tethered) quanto sem cabo (untethered) e pode operar em ambientes sem GPS. O SkyCarrier possui uma faixa de peso de 120 kg a 170 kg. Cunha explicou que a Teledyne FLIR Defense está desenvolvendo duas versões do SkyCarrier: a primeira será um sistema mais leve, destinado apenas a operações de voo livre; a segunda incluirá “o carretel de cabo de 108 metros, mecanismos de recolhimento automático e eletrônica de potência para permitir operação com cabo com alcance máximo de 100 metros e até 48 horas de operações contínuas”.
O SkyCarrier inclui o software Mission Control System da Teledyne FLIR, que “permite controle completo do UAS SkyRanger R70, incluindo voo manual e planejamento de missões complexas”, explicou Cunha, permitindo ao operador controlar diretamente o drone. O SkyCarrier e o SkyRanger mantêm uma conexão robusta; “quando em rede, um único operador ou aplicação pode controlar até 16 aeronaves (espera-se que esse número aumente no futuro)”, acrescentou. Em outras palavras, um único soldado pode usar um SkyCarrier para controlar um mini-enxame de drones.
A próxima grande feira de defesa acontecerá em Washington, DC, organizada pela Association of the United States Army (AUSA), de 13 a 15 de outubro. A Zona Militar participará do evento.
A Teledyne FLIR Defense informou à ZM que exibirá a munição de rastreio Rogue 1 em uma configuração de lançador de seis unidades, assim como robôs terrestres equipados com diversos sistemas de armas, em colaboração com a Aim-Lock. Na expo DSEI de Londres, a empresa apresentou o Kobra 725 da Teledyne FLIR, integrado à estação remota de armas semiautônoma RM-1 da AimLock, e o SUGV 325 da Teledyne FLIR, integrado à solução RS-2 da AimLock com lançadores duplos de granadas de 40 mm.
Texto original de: Wilder Alejandro Sanchez
Você pode se interessar por: Após dúvidas e atrasos, a Marinha dos EUA deve anunciar a empresa que desenvolverá seu futuro caça de sexta geração F/A-XX
Estamos procurando por você! Vaga aberta na Equipe Editorial da Blue Field Media para o cargo de Correspondente no Brasil




