O Exército Brasileiro deu um passo decisivo na modernização de suas capacidades anticarro ao autorizar a assinatura da Carta de Oferta e Aceitação (LOA) para a aquisição de mísseis FGM-148F Javelin por meio do programa Vendas Militares Estrangeiras (FMS) dos Estados Unidos.
A Ordem Decisória C Ex nº 1.367, de 23 de setembro de 2025, publicada pelo Comando Logístico (COLOG), aprovou a assinatura do Aditivo nº 1 ao Caso FMS BR-B-UAL, que contempla a revisão de diversas linhas de suprimento e a inclusão de 15 unidades do lançador Javelin Lightweight Command Launch Unit (LWCLU) Sensitive Category, parte do Total Package Approach (TPA). O documento também autoriza o pagamento antecipado de US$ 332.551, a ser efetuado mediante a aceitação do aditivo, mantendo o valor total estimado do contrato em US$ 31.052.774.

Segundo a reportagem, o chefe da Comissão do Exército Brasileiro em Washington (CEBW) será o responsável pela assinatura da Carta de Defesa em nome da força. O texto ressalta que a operação está em conformidade com o acordo bilateral de cooperação em defesa, vigente entre Brasil e Estados Unidos desde 2000, conta com a aprovação da Assessoria Jurídica do Comando do Exército (CONJUR-EB) e a disponibilidade orçamentária necessária.
A incorporação dos Javelins faz parte do Programa Estratégico para Forças Blindadas do Exército, previsto no Plano Estratégico do Exército Brasileiro 2024-2027, e visa fortalecer a capacidade anticarro da força. A Portaria C Ex nº 1.178, de 26 de fevereiro de 2025, já havia estipulado que a Carta de Defesa fosse assinada pelo chefe da CEBW e estabelecido um pagamento antecipado de US$ 329.273, com desembolsos subsequentes conforme o cronograma estipulado.
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O FGM-148 Javelin é um sistema antitanque portátil composto por um tubo de contêiner de mísseis, uma unidade de comando e lançamento (CLU) reutilizável e uma unidade de resfriamento de bateria (BCU). Seu alcance original de 2.000 metros foi estendido para 4 quilômetros e pode ser usado contra veículos blindados, veículos blindados leves, edifícios e posições fortificadas. O sistema oferece dois modos de ataque: direto, usado contra posições fortificadas ou aeronaves de asa rotativa de baixa altitude, e “Ataque de Cima”, projetado especificamente para atacar tanques e outros veículos blindados de cima.
Atualmente, o Exército Brasileiro possui capacidades limitadas nessa área, principalmente com os mísseis MAX 1.2 AC, anteriormente conhecidos como MSS-1.2 AC, produzidos pela empresa brasileira SIATT e operados pela 1ª Companhia Mecanizada Anticarro (1ª Cia AC Mec). No âmbito da Exposição e Conferência Internacional de Defesa (IDEX) 2025, o Exército e a SIATT anunciaram um contrato para a produção em série desses mísseis brasileiros.

A compra dos Javelins representa um avanço significativo na diversificação e no fortalecimento do arsenal antitanque brasileiro, integrando sistemas de última geração por meio da cooperação internacional com os Estados Unidos.
*Imagens meramente ilustrativas.
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