A transferência de caças F-16 provenientes de países aliados abriu um acelerado processo de transição para modelos de origem ocidental na Força Aérea da Ucrânia. Após o início dos envios por parte da Dinamarca, Países Baixos, Noruega e, no futuro, Bélgica, a França também se somou, concretizando a entrega de um número não especificado de caças Mirage 2000-5. No entanto, outro país também manifestou sua disposição de apoiar a reconstrução do poder aéreo ucraniano. Mais especificamente, a Suécia expressou em diversas ocasiões sua intenção de transferir alguns de seus caças Gripen para o país.

Refletindo declarações recentes do vice-ministro da Defesa da Ucrânia, Tenente-General Ivan Havrylyuk, este afirmou que “são esperadas” entregas adicionais de caças F-16 e Mirage 2000, em linha com os anúncios dos respectivos governos. No entanto, a surpresa surgiu quando acrescentou ao grupo de caças ocidentais o Gripen C/D, que seria fornecido pelo governo sueco.

Essa afirmação ocorreu durante uma entrevista concedida pelo alto funcionário do Ministério da Defesa ucraniano à BBC, o que gerou uma pergunta de confirmação sobre essa transferência, mas sem maiores detalhes quanto a prazos ou quantidades.

É sabido que, pelo menos desde 2023, a Ucrânia apresentou pedidos para avaliar a viabilidade de adquirir caças Gripen da Suécia, recebendo o apoio do governo do país escandinavo, ainda que com certas ressalvas.

Assim como outros países europeus, a Suécia manteve uma clara posição de apoio à Ucrânia, evidenciada pela transferência de veículos blindados de combate e até mesmo pelo fornecimento de duas aeronaves de alerta aéreo antecipado e controle (AEW&C) Saab 340 – designadas pela Força Aérea Sueca como S 100B Argus.

Contudo, em resposta ao pedido ucraniano, foi indicado que essa transferência poderia ocorrer uma vez terminado o conflito armado, momento em que se apoiaria a reconstrução das capacidades militares com a aeronave desenvolvida e fabricada pela Saab. Inclusive, foi confirmado que o governo ordenou à Força Aérea Sueca a realização de um estudo de viabilidade para uma possível transferência de caças Gripen, a fim de avaliar diversas questões, como o impacto que isso poderia ter nas Forças Armadas do país.

Voltando às declarações dadas à BBC pelo vice-ministro da Defesa ucraniano, ainda não houve comunicado oficial de Estocolmo que permita esclarecer se este anúncio confirma o início de um processo de transferência de Gripen para a Força Aérea da Ucrânia em breve, ou se o governo manterá sua posição de fazê-lo quando o conflito terminar ou for alcançado um cessar-fogo duradouro entre os beligerantes.

Também deve-se destacar que a Ucrânia está em pleno processo de transição para o F-16, o que traz suas próprias complexidades, ao mesmo tempo em que se registram avanços com as aeronaves de origem norte-americana passando a desempenhar um número crescente de missões.

Situação semelhante ocorre com os Mirage 2000-5 transferidos pela França, processo iniciado no começo deste ano. Trata-se de uma plataforma distinta do F-16, que pode ser utilizada tanto em missões de interceptação quanto como potencial plataforma de ataque, mediante o emprego de mísseis de cruzeiro SCALP.

Por fim, diante de uma eventual transferência de Gripen para a Ucrânia, estas provavelmente seriam das variantes C/D, que, embora recebam atualizações periódicas, estão sendo gradualmente substituídas pela Força Aérea Sueca pela nova variante E, que também equipa a Força Aérea Brasileira.

Olhando para o futuro, Estocolmo projeta manter uma frota de até 120 caças Gripen, dos quais metade corresponderia à nova variante, possibilitando a venda ou transferência de até trinta das versões anteriores. Ao mesmo tempo, e ainda no campo da especulação, deve-se ressaltar as características do design adotado pela Saab e pela Suécia para a aeronave, concebida para operar em ambientes austeros e com baixa demanda de pessoal em comparação a outras plataformas mais sofisticadas. Outro aspecto relevante é a ampla capacidade de integração de armamentos ocidentais de múltiplos fornecedores, tanto europeus quanto norte-americanos.

Imagens utilizadas para fins ilustrativos.

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