No decorrer do dia de ontem, começaram a circular as imagens mais claras do caça de sexta geração J-50 (também conhecido como J-XDS), totalmente visível enquanto estava parado em solo, o qual a empresa Shenyang estaria desenvolvendo para equipar a Força Aérea da China no futuro. Trata-se de duas fotografias que surpreenderam observadores e analistas igualmente, pois revelam com grande clareza detalhes de uma aeronave até então não apresentada de forma oficial, levantando suspeitas sobre se tratava de um produto de geração por computador (CGI), algo posteriormente desmentido por pesquisadores especializados em aviação chinesa.

Aprofundando em alguns detalhes a respeito, as fontes de inteligência aberta (OSINT) que publicaram o material nas redes sociais indicaram que ambas as fotos foram tiradas por um fotógrafo local que decidiu subir nas cercas do aeródromo da empresa Shenyang Aircraft Corporation, obtendo assim uma posição privilegiada para focar a aeronave. Dessa forma, pode-se notar com clareza que o desenho conta com uma cabine para um piloto, ao mesmo tempo em que se destaca o fato de não possuir cauda; seguindo a mesma linha dos esboços conhecidos do novo F-47 norte-americano.

Além disso, cabe ressaltar que a aeronave fotografada já não tinha instalada a sonda de dados com a qual estava equipada a unidade vista anteriormente em voos de teste, permitindo pensar em novos avanços do programa. Também fica claro que o design conta não só com um sistema de propulsão composto por dois motores, mas que agrega tecnologia de vetorização de empuxo 2D, o que lhe proporcionará maior mobilidade, dado que permite controlar dois dos três graus de liberdade do avião (arremetida, rolagem e guinada). Outro detalhe digno de menção encontra-se em seu novo sistema de orientação eletro-óptico, situado na parte inferior do nariz do caça.

Ampliando a lente sobre os programas de caças de sexta geração empreendidos por Pequim, resulta importante recordar também que está sendo trabalhado outro projeto conhecido como J-36, o qual também já foi observado e fotografado em ocasiões anteriores. Sem que ainda esteja claro se se trata de demonstradores de tecnologia, ou se serão caças destinados a operar em conjunto no futuro para a Força Aérea da China, é possível notar que ambos apostam em um conceito de asa voadora sem estabilizadores traseiros; embora apresentem diferenças que indicariam funções distintas.

Tal como reportamos no passado mês de abril, o desenho do J-36 se caracteriza por apresentar maior envergadura e tamanho que o caça até agora citado, além de contar com três motores em vez dos dois que equipam o J-50. Por outro lado, diferenciam-se na medida em que este último modelo apresenta um desenho de asa lambda, a qual aumenta a eficiência aerodinâmica em relação ao desenho de asa trapezoidal do J-36; mantendo, claro, os padrões de furtividade que já são norma nos caças de quinta geração, ainda que em menor grau que sua contraparte devido às áreas articuladas observadas em imagens anteriores.

Seguindo a lógica exposta até agora, as especulações sobre o futuro de cada aeronave são abundantes, embora uma das mais plausíveis aponte que cada uma estaria pensada para complementar a outra nos campos de batalha. Nesse sentido, o J-36 desenvolvido pela Chengdu poderia atuar como um bombardeiro furtivo tático, dadas as características antes mencionadas, enquanto o J-50 da Shenyang chegaria às mãos dos pilotos chineses para atuar como caça polivalente de primeira linha.

Por fim, resulta relevante indicar que, com a publicação das novas fotografias do caça J-50, mantém-se uma tendência não oficial na qual a China parece mostrar suas aeronaves de sexta geração quase imediatamente após os anúncios norte-americanos sobre o caça F-47 de sexta geração desenvolvido pela Boeing; que está sendo desenvolvido sob maior sigilo. Nesta ocasião, o surgimento da aeronave chinesa ocorre na mesma semana em que Washington confirmou que seu projeto já entrou em fase de produção, apontando para que se possa contar com uma unidade pronta para realizar seus primeiros voos em 2028.

*Créditos das imagens a quem corresponder

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