No âmbito das operações de policiamento aéreo que vêm sendo realizadas desde o início de agosto, caças C16 Eurofighter do Exército do Ar e do Espaço da Espanha interceptaram um avião de inteligência de sinais no mar Báltico, pertencente às Forças Aeroespaciais Russas. Tratava-se da aeronave de vigilância e reconhecimento modelo Ilyushin IL-20, no último dia 9 de setembro.

A situação começou quando a OTAN detectou um tráfego desconhecido sobre o Báltico, o que levou os caças espanhóis a se mobilizarem. Após serem deslocados para a área, foi possível identificar a aeronave em questão, tratando-se do Ilyushin IL-20, de nacionalidade russa.

Cabe destacar que o IL-20 é um avião de inteligência, especializado na coleta de informações de sinais eletrônicos e de comunicações. Foi originalmente desenvolvido durante a Guerra Fria, mas permanece em serviço operacional pelas Forças Aeroespaciais Russas. Esse modelo foi projetado para coletar, analisar e transmitir sinais eletrônicos e inteligência de imagens, desempenhando um papel fundamental em missões de vigilância estratégica.

Operações aéreas sob a missão eAP-69

Os Eurofighter espanhóis já realizaram oito missões de policiamento aéreo desde o início da operação da OTAN eAP-69, no começo de agosto. As aeronaves pertencem à Ala 11 do Exército do Ar e do Espaço, do Destacamento Aerotático (DAT) Vilkas, e as tripulações são alertadas pelo Centro de Operações Aéreas Combinadas de Uedem (CAOC-U) para efetuar o reconhecimento, identificação e neutralização (quando cabível) dos objetos aéreos detectados em sua área de responsabilidade.

Do total dessas operações, três foram realizadas no mês passado para o reconhecimento de rastros no Báltico. Paralelamente, como parte do esforço para reforçar a segurança no Báltico, um avião de transporte Airbus A400M do Exército do Ar e Espaço espanhol foi destacado para a Lituânia em meados de agosto, a fim de apoiar os caças Eurofighter do destacamento Vilkas. As cinco operações restantes ocorreram em setembro: três sobre tráfegos no mar Báltico e outras duas sobre rastros correspondentes a objetos não confirmados.

No mesmo dia em que os Eurofighter espanhóis interceptaram o Ilyushin IL-20 (9 de setembro), a OTAN detectou um tráfego não identificado procedente da região de Kaliningrado, que voava rumo norte próximo ao espaço aéreo das repúblicas bálticas. As tripulações identificaram a aeronave como um Ilyushin IL-76, um cargueiro de bandeira russa, e assim os Eurofighter receberam a primeira ordem de decolagem imediata, denominada A-Scramble, no âmbito da missão de policiamento aéreo.

Ainda nesse dia, o CAOC-U notificou as aeronaves sobre um tráfego sem plano de voo sobre o Golfo da Finlândia. Os Eurofighter foram novamente deslocados e concluíram a operação com êxito. Desta vez, tratava-se de um avião de transporte de pessoal modelo Tupolev TU-154.

Duas ordens de A-Scramble adicionais surgiram no dia seguinte: pela manhã, um objeto não identificado — com um perfil de voo semelhante ao de drones — sobrevoava o território lituano; já à noite, outro objeto penetrou no espaço aéreo da Letônia. Em ambos os casos, o contato com os objetos foi perdido antes que os Eurofighter chegassem à área afetada. No entanto, esses não foram os últimos episódios: dias depois, em 13 de setembro, um TU-154 de nacionalidade russa perdeu contato com os serviços de controle de tráfego aéreo, o que levou novamente os Eurofighter espanhóis a decolarem para reconhecer o rastro.

Ameaças recentes no espaço aéreo europeu

A multiplicidade de operações realizadas pelos caças espanhóis enquadra-se na missão de reforço de policiamento aéreo da OTAN (eAP, na sigla em inglês), que integra a operação Persistent Effort. O objetivo, em linhas gerais, é demonstrar a determinação dos seus membros em defender, de forma coletiva, o espaço comum e aliado diante de qualquer ameaça.

O destacamento aerotático DAT Vilkas cumpre um papel essencial, contribuindo para as tarefas de policiamento aéreo reforçado no flanco leste da OTAN. Esse destacamento, composto por quase 200 militares, operará entre os meses de agosto e novembro de 2025 a partir da base aérea de Siauliai, no norte da Lituânia. Entre suas capacidades, destacam-se 15 unidades diferentes do Exército do Ar e do Espaço, oito caças Eurofighter da Ala 11 (Sevilha) e um avião de reabastecimento A400M da Ala 31 (Zaragoza).

E ainda que essas missões reforcem a capacidade defensiva da Aliança, elas surgem como resposta direta às múltiplas incursões e ameaças detectadas nos céus europeus. Nos últimos meses, foram registrados diversos episódios de interceptação de aeronaves russas que voavam sem plano de voo ou com transponders desligados, o que ativou os protocolos de reação rápida da OTAN.

Entre eles, destacou-se a interceptação de dois MiG-29 russos por caças Eurofighter italianos no Báltico, a de um MiG-31 das Forças Aeroespaciais Russas em setembro de 2024, e de um avião de inteligência de sinais Il-20M por Eurofighter alemães destacados na Letônia em outubro do mesmo ano. Esses incidentes, cada vez mais frequentes, refletem a relevância do mar Báltico e a necessidade de manter uma presença aérea reforçada no flanco leste da Europa e no mar Báltico — não apenas como medida de dissuasão, mas também como garantia de segurança coletiva diante do contexto regional.

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