No âmbito de sua estratégia de incorporação de novas capacidades, o Exército Brasileiro planeja a aquisição de 12 novos helicópteros multimissão H145M produzidos localmente pela empresa Helibras, com o propósito de complementar os helicópteros H125M Esquilo atualmente em serviço. A iniciativa busca fortalecer a Aviação do Exército por meio da incorporação de um vetor mais versátil, capaz de executar missões de transporte, ataque leve e apoio a operações conjuntas, ampliando de maneira significativa o espectro operacional da força.

A aquisição do H145M está prevista dentro de um cronograma que contempla a incorporação progressiva de unidades a partir de 2028. Segundo o General de Divisão Everton Pacheco da Silva, chefe do Projeto Estratégico do Exército, estima-se a chegada de quatro helicópteros em 2028 e outros quatro em 2030. Paralelamente, também serão incorporados helicópteros Sikorsky UH-60 Black Hawk, com o objetivo de consolidar uma frota mista que atenda tanto às demandas de transporte pesado quanto às de desdobramento rápido em cenários de combate ou em operações de assistência humanitária.
A produção local dos novos helicópteros ficará a cargo da Helibras, subsidiária da Airbus instalada em Itajubá (Minas Gerais), o que assegura transferência tecnológica e contribui para o fortalecimento da autonomia industrial brasileira no setor da aviação militar. Vale lembrar que em 2019 a empresa apresentou um mock-up do H145M ao Comando de Aviação do Exército em Taubaté, destacando a compatibilidade do modelo com o sistema de armamento HForce e seu avançado pacote aviônico Helionix, que otimiza o gerenciamento da missão e eleva os padrões de segurança operacional.

O H145M constitui a versão militar do MBB/Kawasaki BK 117, posteriormente modernizado sob a marca Airbus. Entre suas características técnicas destacam-se o rotor de cauda carenado tipo Fenestron, que reduz a assinatura acústica e aumenta a segurança, e sua capacidade de transportar até 10 soldados totalmente equipados. Com uma autonomia de 3 horas e 35 minutos e um alcance de aproximadamente 650 quilômetros, oferece uma plataforma de emprego flexível apta para missões de assalto aéreo, transporte tático, evacuação médica e apoio de fogo aproximado.
No âmbito regional, o H145M já se encontra em serviço na Força Aérea do Equador, enquanto, em nível internacional, consolidou-se como o UH-72 Lakota no Exército dos Estados Unidos, onde cumpre funções de instrução avançada e evacuação aeromédica. Sua confiabilidade e versatilidade permitiram que se posicionasse como um dos helicópteros europeus de maior difusão em cenários militares fora da Europa.

Para o Exército Brasileiro, a principal vantagem do H145M está em sua capacidade de integração com o sistema HForce, que o habilita como plataforma de ataque leve. Esse sistema admite desde metralhadoras calibre 7,62 mm e .50 BMG, até canhões de 20 mm, foguetes de 70 mm (tanto guiados quanto não guiados) e mísseis ar-ar ou ar-terra. Entre estes últimos está incluído o Spike israelense, já em dotação nas forças terrestres brasileiras. Dessa forma, o H145M supera amplamente as limitações do H125M Esquilo, que só pode ser equipado com armamento não guiado de calibre médio, sem capacidade para integrar sistemas de armas de precisão.
Imagens utilizadas com caráter ilustrativo.
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