As Forças Armadas das Filipinas inauguraram uma nova base militar esta semana no Estreito de Luzon, uma área estratégica localizada a 193 quilômetros ao sul de Taiwan. O posto avançado, denominado Base Operacional Avançada de Mahatao (FOB), foi comissionado pelo Comando Norte de Luzon na Ilha de Batan, na província de Batanes, o ponto mais ao norte do país.
De acordo com um comunicado oficial, “A FOB de Mahatao servirá como plataforma para defesa territorial, vigilância do domínio marítimo e operações de assistência humanitária e resposta a desastres. Sua localização destaca a importância estratégica de Batanes como a fronteira mais ao norte do país.”

O novo local é, até o momento, a maior infraestrutura militar desenvolvida em Batanes pelas Forças Armadas das Filipinas. Foi descrito pelo Comando Norte de Luzon como uma “porta de entrada para defesa e assistência em desastres” na região.
Unidades da Marinha, anteriormente estacionadas no sul do país, foram mobilizadas para diferentes locais em Batanes para realizar tarefas de vigilância marítima. Entre elas, está um posto na Ilha Mavulis, localizada a apenas 142 quilômetros da costa sul de Taiwan.
Paralelamente, a China aumentou sua presença naval na primeira cadeia de ilhas, mobilizando navios da guarda costeira e grupos de ataque de porta-aviões por essa passagem estratégica, o que gerou preocupações em Manila.

Em abril, o Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas das Filipinas, General Romeo Brawner, instou as tropas estacionadas na região a planejarem “ações em caso de invasão de Taiwan”. Na mesma ocasião, ele alertou que as Filipinas seriam “inevitavelmente” arrastadas para um conflito entre China e Taiwan.
O presidente Ferdinand “Bongbong” Marcos reforçou essa posição ao afirmar que “uma guerra por Taiwan arrastará as Filipinas, mesmo que à força, para o conflito”, devido à proximidade geográfica do país com a área disputada.
Entre as principais preocupações de Manila em um cenário de guerra está o repatriamento dos quase 200 mil filipinos residentes em Taiwan, uma operação que seria liderada pelas Forças Armadas das Filipinas, segundo Brawner.

Tensões no Mar da China Meridional
As tensões entre as Filipinas e a China aumentaram com o envio de navios e aeronaves de ambos os países para águas disputadas no Mar da China Meridional. Nesse contexto, Manila fortaleceu sua cooperação militar com aliados e parceiros estratégicos.
O General Brawner relatou que as unidades participantes foram seguidas por embarcações não identificadas, presumivelmente chinesas, refletindo um padrão de vigilância constante por parte de Pequim.

Em outra frente de cooperação, as Filipinas e a Austrália lançaram o exercício Alon 2025, considerado o maior destacamento militar australiano na região. Mais de 3.600 militares participaram de operações de combate, manobras táticas e exercícios anfíbios em Palawan e Luzon.
A Austrália mobilizou meios terrestres, navais e aéreos, incluindo o contratorpedeiro HMAS Brisbane, os caças-bombardeiros F/A-18F Super Hornet, a aeronave de guerra eletrônica EA-18G Growler e a aeronave de transporte estratégico C-17A Globemaster III. O lado filipino também incluiu unidades do exército, da aviação e da marinha, incluindo aeronaves FA-50PH Fighting Eagle e helicópteros S-70i Blackhawk.

Cooperação com Aliados e Resposta da China
Os aliados das Filipinas, principalmente os Estados Unidos e a Austrália, intensificaram exercícios militares conjuntos nas ilhas do norte nos últimos anos. O treinamento inclui operações de segurança marítima, implantação de mísseis antinavio e sistemas avançados de artilharia, como os High Mobility Artillery Rocket Systems (HIMARS) e os Mid-Range Capability launchers dos EUA.
A China criticou repetidamente essas implantações, alegando que elas perturbam a estabilidade regional. O Ministério da Defesa chinês afirma que as manobras e a presença militar estrangeira na área “perturbam a paz e a segurança” no Mar da China Meridional.
*Imagens ilustrativas.
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