Após ter anunciado no mês de janeiro que havia iniciado a construção local do novo porta-aviões MUGEM, a Marinha da Turquia divulgou recentemente os cronogramas previstos para o projeto, revelando-se bastante interessantes as ambiciosas metas estabelecidas para a realização do lançamento, previsto para ocorrer entre 2027 e 2028. Trata-se de planos apresentados pelo contra-almirante Recep Erdinc Yetkin, que atualmente atua como comandante do Arsenal de Istambul, durante uma transmissão ao vivo para meios de comunicação turcos.
Recolhendo algumas das declarações feitas pelo próprio contra-almirante Yetkin durante a transmissão: “Iniciamos a construção do Porta-aviões Nacional. Terá 285 metros e 60.000 toneladas. O Anadolu tinha 230 metros e 27.000 toneladas. Nosso objetivo é lançá-lo em 2027-2028, com uma entrega prevista de cinco anos. Não vamos esperar até 2030.” Cabe destacar, nesse sentido, que a menção ao navio Anadolu não é um detalhe menor, considerando que o êxito do agressivo programa em termos de prazos será apoiado em grande medida pela experiência adquirida em sua construção e posteriores testes no mar.

Em linha com o mencionado, reportagens da imprensa local indicam que as equipes de projeto priorizaram o que chamaram de “sub-sistemas críticos” e “infraestruturas de testes“, concentrando-se especialmente no desenvolvimento dos elementos associados ao sistema de pouso e decolagem das aeronaves a partir do convés. Importa sublinhar que a Marinha da Turquia prevê que o novo MUGEM possa ser empregado principalmente como ponto de operação de uma crescente frota de drones, uma das bandeiras da indústria militar do país.
Ampliando os detalhes, pode-se mencionar que o projeto da embarcação prevê a capacidade de operar até 50 aeronaves, tanto tripuladas quanto não tripuladas, sendo 30 armazenadas abaixo do convés e outras 20 sobre ele. Entre os drones em particular que poderia vir a operar, de acordo com o que foi indicado por analistas turcos e pelo contra-almirante Yetkin, estão os TAI ANKA III, os Bayraktar KIZILELMA e o UCAV TB-3. Além disso, conforme se pôde observar em gráficos publicados anteriormente sobre as capacidades do navio, também estava incluída a possibilidade de que este venha a operar os caças leves de ataque TAI Hurjet.

Somadas a essas características, também foi indicado que o navio contará com um amplo leque de armamentos próprios para se defender de diferentes tipos de ameaças, tanto de nível equivalente quanto assimétrico. Isso se traduz na instalação de um sistema de lançamento vertical (VLS) MIDLAS de 32 células (8×4) e quatro sistemas CIWS Gökdeniz, complementados por meia dúzia de sistemas de armas remotas STOP de 25 mm.
Levando em consideração o importante salto de capacidades que a construção da embarcação implica para a instituição e também para o complexo industrial local, o contra-almirante Yetkin declarou: “Quando ingressei na Marinha na década de 1990, servi em navios que haviam participado da Segunda Guerra Mundial, doados à Turquia em 1979, sem sistemas nacionais. Nos últimos 20 anos, conseguimos integrar sistemas de comando e controle, softwares, todos os sistemas de radar e de controle de tiro desenvolvidos com nossas capacidades nacionais e nossa própria engenharia.”
Imagens utilizadas apenas para fins ilustrativos
Você também pode gostar: Turquia concretizou a venda de duas novas fragatas multimissão classe Istif para equipar a Marinha da Indonésia





