Durante uma recente inspeção no estaleiro Nampo, o líder norte-coreano Kim Jong Un anunciou que o novo contratorpedeiro de mísseis guiados Choe Hyon, o principal navio da nova classe da Marinha da Coreia do Norte, poderia ser equipado com armas nucleares. A revelação, divulgada pela agência de notícias estatal KCNA, acompanha o progresso alcançado na modernização da frota e marca um novo capítulo nas ambições navais do país, além de confirmar as especulações que surgiram em abril, quando o navio foi revelado.

Com 5.000 toneladas, o Choe Hyon (51) é atualmente o maior e mais avançado navio de guerra construído pela Coreia do Norte e é projetado como a pedra angular de uma futura força de superfície com capacidade nuclear. Segundo fontes estatais, a plataforma poderia implantar mísseis de cruzeiro e mísseis balísticos táticos com ogivas nucleares. Neste ponto, não se deve ignorar que o desenvolvimento deste tipo de navio pela Coreia do Norte não pode ser compreendido sem um contexto regional.
Com os Estados Unidos como seu antagonista histórico, o líder norte-coreano expressou sua intenção de expandir as capacidades nucleares do país devido a um ambiente de segurança cada vez mais hostil e, acima de tudo, ao aumento dos laços militares entre Washington e Seul.
Projetado para fortalecer as capacidades da Frota do Mar do Leste da Marinha da Coreia do Norte, as primeiras imagens deste navio puderam ser vistas durante seu lançamento no final de abril deste ano, no estaleiro Nampo, onde a unidade foi construída. Graças a isso, algumas de suas características marcantes puderam ser observadas, como o armamento principal na seção de proa, constituído por um canhão naval presumivelmente de 127 mm.

Ao longo da superestrutura, foram identificados sistemas de defesa aérea ponto a ponto do tipo CIWS, com um design semelhante à versão naval do sistema de defesa aérea Pantsir-ME, de fabricação russa. Também é visível a bombordo e estibordo um par de canhões antiaéreos rotativos AK-630 de 30 mm por lado. No entanto, o que chamou a atenção dos especialistas foram os vários tipos de sistemas de mísseis de lançamento vertical, que poderiam acomodar diferentes tipos de munições, desde mísseis de defesa aérea até aqueles destinados a missões antissuperfície e de ataque ao solo.
Da mesma forma, foram identificados entre quatro e cinco tipos diferentes de células que comporiam o sistema VLS (Vertical Launch System) do contratorpedeiro, composto por 32 células pequenas, 12 células médias, 20 células maiores e 10 células ainda maiores.

Logo após seu lançamento, e em linha com o exposto acima, a Marinha Norte-Coreana demonstrou as capacidades de seu mais novo contratorpedeiro, lançando diversos tipos de mísseis e testando seu principal sistema de artilharia. Mais do que um simples teste técnico, o evento foi interpretado como uma mensagem direta a Washington, Seul e Tóquio sobre o crescente poder naval de Pyongyang.
Olhando para o futuro, o Choe Hyon (51) deverá entrar na fase de testes de desempenho e capacidade operacional em outubro deste ano. Paralelamente, o segundo contratorpedeiro da classe, o Kang Kon (52), foi relançado em 12 de junho, após uma tentativa frustrada em 21 de maio. Kim já havia declarado que o país pretende comissionar dois contratorpedeiros da classe Choe Hyon por ano.
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