A empresa norte-americana Northrop Grumman publicou recentemente em seu site uma imagem conceitual do F/A-XX, o caça de sexta geração projetado como futuro integrante das asas aéreas embarcadas da Marinha dos Estados Unidos (U.S. Navy). A imagem, disponível na seção de Aviação Naval da companhia, mostra um design estilizado e focado na furtividade.

O F/A-XX seria o caça de sexta geração planejado pela Marinha dos EUA para substituir os atuais F/A-18E/F Super Hornet a partir da década de 2030. Segundo documentos oficiais, o novo caça deverá contar com maior alcance, maior velocidade, tecnologias de sensores passivos e ativos, e capacidade para operar armas de longo alcance.

Entre suas principais características, destacam-se sistemas assistidos por inteligência artificial, operações conjuntas com veículos não tripulados (Manned-Unmanned Teaming, MUM-T) e um aumento de 25% no alcance operacional em comparação com as plataformas atuais. O F/A-XX atuaria como centro de comando em um ecossistema de plataformas tripuladas e não tripuladas, no contexto de uma abordagem voltada para a guerra de dados e para a capacidade de penetrar ambientes altamente contestados, como o Indo-Pacífico.

A imagem publicada mostra uma aeronave com linhas limpas, fuselagem altamente integrada às asas e um nariz alongado, que permitiria acomodar um radar AESA. Embora o design indique claramente a intenção de reduzir a assinatura de radar, não é possível confirmar se se trata de uma aeronave sem cauda, devido ao enquadramento parcial da imagem.

Atualmente, Boeing e Northrop Grumman são consideradas as principais concorrentes pelo contrato do F/A-XX, depois que a proposta da Lockheed Martin não foi selecionada para avançar para as próximas fases do programa. Ambas as empresas já estão envolvidas no desenvolvimento de aeronaves de nova geração para a Força Aérea dos EUA: a Boeing com o F-47 (parte do programa Next Generation Air Dominance – NGAD) e a Northrop Grumman com o bombardeiro B-21 Raider.

Debate orçamentário e político

O futuro do F/A-XX gerou debate dentro do Departamento de Defesa e no Congresso dos Estados Unidos. No orçamento para o ano fiscal de 2026, foram inicialmente destinados apenas 74 milhões de dólares ao programa, o que provocou preocupação entre legisladores e líderes navais. Em resposta, a Marinha apresentou um pedido adicional de 1,4 bilhão de dólares em sua Lista de Prioridades Não Financiadas, documento utilizado anualmente para indicar projetos estratégicos que não foram incluídos no orçamento oficial.

O Comitê de Apropriações do Senado já aprovou um projeto de lei que inclui os fundos adicionais solicitados pela Marinha para o F/A-XX, juntamente com uma verba de 647 milhões de dólares para continuar a aquisição das aeronaves E-7 Wedgetail para a Força Aérea.

No entanto, o Pentágono avaliou a possibilidade de priorizar o F-47 da Força Aérea em detrimento do F/A-XX, argumentando limitações na capacidade industrial do país para sustentar ambos os programas simultaneamente. Essa postura gerou reações por parte da Marinha e dos fabricantes envolvidos.

O almirante Daryl Caudle, chefe do Comando de Forças da Frota dos EUA, alertou recentemente que a ausência de um caça embarcado de sexta geração poderia comprometer a capacidade de manter a superioridade aérea em futuros cenários de conflito. Em declarações públicas, destacou que o porta-aviões nuclear continua sendo o núcleo do poder de combate marítimo dos EUA, e que sua eficácia depende de dispor de uma ala aérea equipada com caças avançados.

Diante dessas incertezas, a Boeing afirmou que suas instalações estão preparadas para produzir tanto o F-47 quanto o F/A-XX, enquanto a Lockheed Martin estaria desenvolvendo uma versão aprimorada do F-35, que atuaria como ponte tecnológica até a chegada dos novos caças de sexta geração.

Como conclusão dessa situação, e apesar da publicação da imagem conceitual pela Northrop Grumman, o programa F/A-XX ainda enfrenta incertezas operacionais e orçamentárias (inclusive, em maio já havíamos indicado que o programa poderia ser cancelado). A decisão final sobre seu futuro poderá depender do equilíbrio entre prioridades estratégicas, capacidades industriais e decisões políticas no Congresso e no Departamento de Defesa.

Imagem de capa obtida de Northrop Grumman.

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