Em meio às discussões sobre a manutenção do apoio militar à Ucrânia, o governo dos Estados Unidos descartou a transferência de mísseis de cruzeiro de longo alcance que poderiam ser utilizados pelos caças F-16 recentemente incorporados pela Força Aérea Ucraniana. A decisão representa um freio ao pedido formal feito por Kiev para receber os JASSM (Joint Air-to-Surface Standoff Missile), cuja capacidade permitiria realizar ataques de precisão a longa distância.

O anúncio foi feito pelo presidente Donald Trump, que esclareceu que sua administração não está considerando o envio de mísseis que possibilitem à Ucrânia atingir alvos em profundidade dentro do território russo. “Não estamos analisando essa possibilidade”, afirmou o mandatário ao ser questionado por jornalistas.

Apesar da negativa quanto aos mísseis de cruzeiro, fontes oficiais indicaram que o governo dos EUA não descarta a transferência de outros sistemas de armamento ofensivo. Nas últimas semanas, Trump manteve conversas com aliados europeus e com o próprio presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, nas quais surgiu a questão sobre a capacidade da Ucrânia de atacar cidades estratégicas da Rússia, como Moscou e São Petersburgo.

A consulta gerou preocupação em Kiev, embora o próprio Trump tenha esclarecido posteriormente que não apoia operações contra a capital russa. “Eles não deveriam atacar Moscou”, declarou, acrescentando: “Eu não estou do lado de ninguém. Estou do lado da humanidade.”

Vale destacar que, apesar da recusa quanto ao envio de mísseis de cruzeiro, os Estados Unidos confirmaram esta semana a retomada dos envios de mísseis antiaéreos MIM-104 Patriot — um sistema-chave para reforçar as defesas aéreas ucranianas diante da intensificação dos ataques russos com mísseis balísticos e drones. O envio dos Patriot havia sido suspenso pelo Pentágono devido ao desgaste dos próprios arsenais, mas Trump decidiu retomar as transferências por meio de um esquema de financiamento conjunto com a União Europeia.

Essa medida foi acompanhada de um ultimato comercial contra a Rússia: um prazo de 50 dias até a aplicação de um novo pacote de tarifas, caso não haja avanços rumo a uma solução negociada do conflito.

A operação para a transferência dos Patriot inclui um acordo com a Europa, que reembolsará 100% do custo aos Estados Unidos, facilitando assim o fluxo de armamentos sem afetar os recursos do Pentágono. “Eles vão nos pagar 100%, e é assim que queremos”, destacou Trump, que também se reuniu esta semana com o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, para coordenar a assistência à Ucrânia.

Paralelamente, vários países europeus adotaram medidas adicionais para sustentar o esforço defensivo ucraniano. O Reino Unido, por exemplo, decidiu utilizar fundos congelados de sanções a cidadãos e empresas russas para financiar o envio de até 300 mísseis ASRAAM à Ucrânia, com um custo estimado de 70 milhões de libras esterlinas. Por sua vez, o presidente Zelensky continua a solicitar mais equipamentos de defesa antiaérea. Além dos Patriot, a Ucrânia requer mísseis AIM-120 AMRAAM para os sistemas NASAMS e FIM-92 Stinger para os Avenger, destinados a neutralizar os bombardeios russos.

Imagens utilizadas apenas para fins ilustrativos.

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