Com o objetivo de fortalecer suas capacidades navais para enfrentar a ameaça chinesa, o Japão estaria em negociações com as Filipinas para realizar a transferência de seis destróieres da classe Abukuma, que serão descomissionados pela Força Marítima de Autodefesa após mais de três décadas em serviço, abrindo caminho para a substituição destes pelos novos modelos Mogami. A novidade também foi mencionada pelo vice-almirante filipino José Ambrosio Ezpeleta, que detalhou que as conversas estão em “estágios iniciais“, acrescentando ainda a possibilidade de que o acordo inclua aeronaves TC-90 usadas para serem incorporadas como plataformas de vigilância.
Recolhendo algumas declarações do próprio vice-almirante Ezpeleta: “Ainda estamos nas primeiras etapas das conversas sobre a transferência dos Abukuma (navios) e dos TC-90. Eles ainda estão em uso pela Força de Autodefesa Marítima do Japão (JMSDF), portanto, ainda não determinamos o número final de unidades nem o cronograma da possível transferência (…) Precisamos de mais ativos flutuantes. Isso será um bom complemento para nossa capacidade de patrulha e defesa do nosso território marítimo”.

Por sua vez, meios de comunicação locais japoneses divulgaram que os ministros da defesa do Japão (Gen Nakatani) e das Filipinas (Gilberto Teodoro) já teriam se reunido no mês passado em Singapura para acordar a possível exportação desses destróieres, com inspeção prévia conduzida por pessoal da Marinha filipina. Isso ocorreria em um futuro próximo, considerando que, em comunicado oficial publicado no domingo, a instituição confirmou que uma delegação visitará o território japonês para avaliar o estado dos navios após convite do ministério da defesa japonês.
Novamente em palavras do vice-almirante Ezpeleta: “Esperamos que o Japão apresente em breve uma oferta formal. Uma vez que isso ocorra, realizaremos uma inspeção visual conjunta e uma avaliação técnica dos navios da JMSDF. O mais cedo que poderíamos recebê-los seria em 2027.” Enquanto isso, a força expressou em seu próprio comunicado: “O resultado dessa inspeção guiará as futuras deliberações sobre a possível aquisição e seu alinhamento com os esforços de modernização da Marinha das Filipinas.”

Cabe lembrar que atualmente a Marinha das Filipinas não possui navios categorizados como destróieres, contando apenas com fragatas e corvetas. Com a potencial chegada de meia dúzia de navios da classe Abukuma, isso mudaria para melhor, fornecendo ao país insular uma plataforma de 109 metros de comprimento, que desloca cerca de 2.000 toneladas, capaz de atingir velocidades de até 27 nós e que é tripulada por cerca de 120 pessoas. Cada unidade viria equipada com um amplo arsenal, incluindo mísseis antinavio Harpoon, lançadores ASROC e tubos lançatorpedos de 324 mm, entre outros equipamentos.
Ampliando o foco sobre o vínculo de defesa que ambos os países mantêm, é útil mencionar que já realizaram diversos exercícios combinados, além de estabelecer diálogos de alto nível entre autoridades e negociar um acordo de acesso recíproco que foi assinado no ano passado; tornando-se assim o primeiro que Tóquio assina com outro país asiático. Em suma, foi divulgado recentemente que a Força Aérea das Filipinas também estaria buscando adquirir aeronaves Mitsubishi F-2, que atualmente operam sob a Força Aérea de Autodefesa japonesa, as quais se destacam aos olhos filipinos por poderem incorporar os mísseis antinavio supersônicos ASM-3 para enfrentar as capacidades navais chinesas.
*Imagens usadas a modo ilustrativo
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