No âmbito da sua missão de Policiamento Aéreo no Báltico, os caças F-16M da Força Aérea Portuguesa (FAP) realizaram um número significativo de interceções de aeronaves pertencentes às Forças Armadas Russas. Os incidentes, registrados entre o final de maio e o início de junho, totalizaram 20 interceptações de vários tipos de aeronaves militares russas.

Desde o final de março, a Força Aérea Portuguesa enviou seus caças F-16M para a Estônia pela primeira vez, como parte das missões de Policiamento Aéreo da OTAN na região do Báltico. Anteriormente, e como parte de implantações anteriores, como as registradas em 2024, destacamentos da força operaram a partir de bases na Lituânia.
A aeronave portuguesa, pertencente à Esquadra 201 “Falcões“, chegou no dia 28 de março à Base Aérea de Ämari, na Estônia, substituindo os caças stealth F-35 da Força Aérea Real Holandesa. O destacamento português, operacional desde 1º de abril e com término previsto para 31 de julho, é composto por quatro F-16M e 95 militares, que estão “…em alerta permanente com a missão de identificar, monitorar e intervir sempre que determinado pelo Centro de Operações Aéreas Combinadas (CAOC) em Uedem, no espaço aéreo da região do Báltico. A missão inclui também a vigilância de aeronaves militares e civis que não cumpram as normas internacionais de voo”, segundo a Força Aérea Portuguesa.



Neste contexto, os F-16M foram colocados em alerta devido à presença de múltiplos contatos no espaço aéreo internacional sobre o Mar Báltico, que estavam realizando voos sem um plano de voo anunciado, em clara violação às normas internacionais, o que levou à ativação dos protocolos QRA.
Assim, entre 26 de maio e 1 de junho, caças portugueses efetuaram um total de 20 interceções a aeronaves pertencentes às Forças Armadas da Federação Russa, que “…sobrevoaram o espaço aéreo dos países bálticos sem cumprir as normas estabelecidas na legislação internacional, registando-se mesmo o maior número de interceções num único dia — mais de cinco — no dia 27 de maio”, detalhou o comunicado oficial da FAP de 3 de junho.
Embora não tenham sido fornecidos mais detalhes sobre o tipo de aeronave ou sua origem, várias fotografias divulgadas oficialmente pelo Comando Aéreo da OTAN mostraram que entre as aeronaves interceptadas estavam aquelas pertencentes à Aviação Naval da Marinha Russa.

Em particular, foi registrada a presença de aeronaves de ataque e reconhecimento Su-24 Fencer, que realizaram voos escoltados por caças Sukhoi Su-33 baseados em porta-aviões. De acordo com análise de código aberto (OSINT), este último pertencia ao 279º Regimento de Aviação de Caça de Porta-aviões Independente (OKIAP). Outro detalhe revelado pelas imagens foi a presença de mísseis ar-ar R-73L e R-27R/ER equipados em uma das aeronaves de caça.
Por fim, no atual contexto de tensões entre a OTAN e a Federação Russa, a realização deste tipo de voos pelas forças militares de ambos os lados busca demonstrar as capacidades e a rapidez de resposta das plataformas envolvidas.
Você pode estar interessado em: Portugal se junta aos estudos que a Força Aérea Brasileira e a Embraer iniciarão para equipar os KC-390 com capacidades ISR






